A crise no transporte público da Grande São Luís ganhou um novo capítulo nesta segunda-feira (17), quando rodoviários do Expresso Marina decidiram paralisar as atividades devido a falta de pagamento dos salários. Com isso, a Marina se soma à empresa 1001, que está parada desde a última sexta (14).
De acordo com o presidente do Sindicato dos Rodoviários do Maranhão, Marcelo Brito, os trabalhadores foram chamados para assinar a folha de pagamento, mas não receberam seus salários.
A empresa atende linhas que passam por bairros como Vila Cascavel, Mato Grosso, Tajipuru, Tajaçuaba, Vila Vitória, Cajupary/Nova Vida, Vila Aparecida, Cidade Olímpica, Santa Clara, Socorrão/Rodoviária, São Raimundo/Bandeira Tribuzzi, Uema/Ipase, Janaína Riod, Cidade Operária/São Francisco, José Reinaldo Tavares, Maiobinha e trechos do Tropical (Santos Dumont e São Francisco).
Já a paralisação da 1001 impacta, desde a semana passada, moradores de 15 bairros, entre eles Ribeira, Vila Itamar, Cohatrac, Parque Vitória e Forquilha, que têm enfrentado longas esperas nos pontos e dependência maior de transportes por aplicativo. Ao todo, estima-se que 270 ônibus encontram-se foram de circulação na região metropolitana da capital.
O que diz o Sindicato das Empresas de Transporte (SET)
“O Sindicato das Empresas de Transporte de Passageiros de São Luís (SET) informa que a crise no sistema de transporte público da capital vem se agravando progressivamente. O principal motivo é a falta de repasse dos subsídios por parte da Prefeitura Municipal de São Luís, no valor de aproximadamente R$ 7 milhões, que não foram pagos desde o início do mês. O sistema depende desses repasses para pagar os salários, o que foi, inclusive, determinado, desde 2022, pelo Tribunal Regional do Trabalho (TRT). A Prefeitura de São Luís também vem descumprindo decisão judicial da Vara de Interesses Difusos.
Essa situação compromete diretamente a operação das empresas e, caso não haja a regularização urgentemente dos repasses, existe o risco de que a paralisação já iniciada se estenda a todo o sistema de transporte público.O SET reforça que permanece à disposição para diálogo e busca de soluções que garantam a continuidade do serviço de transporte público, essencial à população.”
O que diz a SMTT
“A Secretaria Municipal de Trânsito e Transportes (SMTT) informa que as questões trabalhistas são de competência do Sindicato das Empresas de Transportes (SET). Dessa forma, a SMTT aguarda que as empresas consorciadas e o Sindicato dos Rodoviários cheguem a um entendimento, a fim de garantir a continuidade dos serviços à população”.
O que diz a MOB
“A Agência Estadual de Mobilidade Urbana e Serviços Públicos (MOB) esclarece que não possui competência legal sobre as relações trabalhistas entre as empresas concessionárias e seus funcionários.
Nesse âmbito, a MOB atua como órgão gestor do sistema de transporte semiurbano, responsável pela regulação e fiscalização da prestação do serviço, mas não pela gestão interna das empresas.
Quanto ao subsídio estadual destinado às empresas operadoras do sistema semiurbano, a Agência informa que está sendo pago normalmente, dentro dos prazos estabelecidos.”
Risco de ampliação
O Sindicato dos Rodoviários do Maranhão (Sttrema) afirmou que outras empresas enfrentam situação semelhante e podem aderir à paralisação caso os atrasos persistam, o que ampliaria ainda mais o impacto sobre usuários de toda a Grande São Luís.
Fonte: https://oimparcial.com.br/noticias/2025/11/mais-uma-empresa-de-onibus-adere-a-paralisacao-dos-rodoviarios-na-grande-sao-luis/
