O Maranhão se consolida como um polo de produção energética com um dos maiores potenciais de atração industrial do Nordeste, segundo José Jorge Soares, Diretor Institucional da Equatorial Maranhão.
Em entrevista ao colunista político Felipe Klamt, no Programa Palpite, dá rádio do Imparcial, Zé Jorge revelou que o estado consome cerca de 40% da energia que produz, com o excedente sendo injetado na rede básica nacional. A Equatorial, que iniciou sua atuação no estado há 21 anos, é vista hoje como o “grande laboratório” de um modelo de gestão que prioriza eficiência e confiabilidade, o que se traduz em benefícios sociais inéditos para o consumidor maranhense.
O modelo de gestão e transformação, nascido no Maranhão, impulsionou o crescimento do Grupo Equatorial Energia, que hoje é um dos maiores players do setor energético brasileiro. No segmento de distribuição, a empresa expandiu sua atuação “do Oiapoque ao Chuí”, atendendo em sete estados: Maranhão, Pará, Piauí, Amapá, Alagoas, Goiás e uma parte do Rio Grande do Sul. Além disso, o Grupo opera hoje nos quatro segmentos do setor elétrico: Geração, Transmissão, Distribuição e Comercialização, com o case maranhense servindo de referência para todo o país.
Impacto social e alívio no bolso do consumidor
Atualmente, cerca de 1,1 milhão de famílias no Maranhão recebem o benefício da Tarifa Social de Energia Elétrica (TSEE). Destas, aproximadamente 400 mil famílias que consomem até 80 kWh por mês não pagam a conta de energia.
O Maranhão se tornou pioneiro no Brasil ao isentar o ICMS para esse público, em uma parceria com o Governo do Estado.
“O governador Brandão acompanhou o governo federal, que isenta a energia [consumida até 80 kWh], e também não cobrou o ICMS. Pelo menos 400 mil famílias não pagam o consumo, nem o imposto. Isso interfere em cerca de 20% no valor da conta”, explicou o diretor.
O diretor reforçou o caráter acessível da energia, destacando que, para um consumidor de classe média com uma fatura de R$ 300, o custo por pessoa/dia (em uma casa de cinco pessoas) é de apenas R$ 2,00, sendo “muito mais barato do que o transporte público”.
Universalização e confiabilidade – Fim dos apagões
A empresa celebra o avanço na universalização. O Maranhão atingiu o patamar de 99,56% no índice de atendimento. O desafio agora é concluir o programa Luz Para Todos, levando energia a cerca de 20 mil famílias que ainda utilizam lamparinas e vivem no escuro, garantindo o acesso à “luz elétrica e do conhecimento”.
A confiabilidade do serviço, historicamente problemática, foi resolvida com altos investimentos em infraestrutura e tecnologia.
“Hoje, nós interligamos todas as subestações de São Luís. Pode queimar um transformador que nós remanejamos toda a energia das outras subestações para o consumidor. Isto é confiabilidade”, afirmou Soares.
Ele ainda quantificou o esforço da companhia, revelando que foram implantados cerca de 150 mil km de redes no estado, refletindo a grandiosidade do investimento que só foi possível após o novo modelo de gestão adotado.
O futuro do Maranhão – Agregar valor e atrair empresas
Com um excedente energético de 60% e uma matriz baseada em fontes limpas (hidroelétrica, eólica e gás), o Maranhão se posiciona como um forte candidato para receber grandes empreendimentos. A expansão da rede, com a criação de novos pontos de suprimento (Bacabeira para a Zona de Exportação e Alto Parnaíba para o agronegócio), funciona como um vetor de atratividade.
“Essa cenoura seria a energia elétrica. O estado tem um parque de geração muito superior à capacidade de consumo, e temos a capacidade de escoar essa energia”, disse Soares, citando a atração da Impasa (Indústria de processamento de soja) para a região do agronegócio.
O diretor defendeu a necessidade de o estado avançar na agregação de valor à matéria-prima, evitando que o Maranhão seja apenas um exportador de minério, soja e álcool. A sugestão é clara: atrair grandes consumidores de energia, como os Data Centers, para a região onde a energia já está em abundância, em vez de permitir que o recurso seja apenas exportado.
Cultura e esporte – Legado e identidade
A Equatorial também se tornou uma grande incentivadora da cultura e do esporte no Maranhão. Utilizando a Lei de Incentivo Estadual, a empresa apoia o São João, o Festival de Jazz, e projetos sociais como a ópera de alfabetização infantil (da professora Ceres) e o Basquete Maranhense (de destaque nacional). Zé Jorge ressaltou que esse envolvimento é essencial para a identidade da empresa com o maranhense e para o desenvolvimento da cidadania.
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Fonte: https://oimparcial.com.br/brasil/2025/10/maranhao-energia-para-investimentos/
