9 de dezembro de 2025
Maranhão registra mais de 120 casos de queimaduras em crianças
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Entre janeiro e setembro de 2025, o estado do Maranhão registrou 126 casos de queimaduras em crianças de 1 a 4 anos, ficando em 11º  lugar nas estatísticas no Brasil . Segundo a Sociedade Brasileira de Queimaduras, sete em cada dez acidentes acontecem dentro de casa. A faixa etária de 1 a 4 anos é a mais atingida – reflexo de uma combinação que inclui curiosidade intensa, rapidez nos movimentos e pouca noção de perigo.

Cozinha: acidentes que acontecem em segundos

A maior parte das ocorrências acontecem com líquidos quentes, segundo a pediatra e membro da ONA, Mariana F. Falavina Grigoletto. No cotidiano das casas brasileiras, basta um cabo de panela virado para fora, uma xícara quente à beira da mesa ou panela recém-retirada do fogo, para que o risco se transforme em queimadura.  

Em muitos atendimentos, explica a pediatra, o cenário se repete. “A criança puxa o cabo, tropeça no pano da mesa, esbarra no copo, mexe na cafeteira e tenta alcançar recipientes aquecidos. Todo cuidado é pouco com os pequenos”.

Embora menos frequentes, as queimaduras por chama ou líquidos inflamáveis costumam ser mais graves. “Dentre as queimaduras químicas, a ingestão de soda cáustica é a principal causa de queimaduras em crianças. Pilhas e baterias, quando ingeridas ou rompidas, seguem como ameaça silenciosa devido ao conteúdo corrosivo”, alerta a Dra. Mariana.

Tomadas, fios e sol forte completam os riscos

Choques elétricos também aparecem entre os acidentes mais comuns na infância. Tomadas sem proteção, fios desencapados e extensões improvisadas, muitas vezes passam despercebidos no ambiente doméstico.

No verão, o sol se torna outro vilão. Vermelhidão, dor e calor local são sinais de queimadura solar, mais frequentes entre 10h e 16h, período de maior radiação. 

O que fazer quando a queimadura acontece?

“Jamais use gelo, clara de ovo, manteiga, pasta de dente, pomadas, óleo de cozinha ou qualquer outra receita caseira sobre a área queimada. Esses produtos agravam a lesão e aumentam o risco de infecção”, alerta a pediatra.  

A primeira medida recomendada é resfriar a área com água corrente fria, nunca gelada — por 10 a 20 minutos. Antes do inchaço, remova anéis, pulseiras e acessórios. “Roupas grudadas na pele não devem ser retiradas, pois podem arrancar tecido vivo; se necessário, corte apenas o que estiver solto. Se houver bolhas, não estoure!”, recomenda a Dra. Mariana.

É importante procurar atendimento de urgência se houver:

  • Bolhas
  • Febre, dor intensa ou pus
  • Aumento de vermelhidão
  • Queimaduras em rosto, mãos, pés e genitais
  • Náuseas, sonolência ou desmaio. 

Prevenção ainda é o cuidado mais eficaz

A maior parte dos acidentes poderia ser evitada com pequenas mudanças na rotina doméstica. Entre as principais recomendações da pediatra são: 

  • Evite segurar a criança no colo enquanto cozinha ou manuseie líquidos quentes.
  • Mantenha fósforos, isqueiros e álcool fora do alcance das crianças.
  • Vire os cabos das panelas para dentro.
  • Priorize as bocas de trás do fogão.
  • Evite que as crianças se aproximem de forno e fogão assim como ferro de passar roupa e chapinhas.
  • Nunca deixe objetos ou líquidos quentes nas bordas das mesas
  • Evite toalhas compridas que facilitem os puxões.
  • Atenção ao micro-ondas: o aquecimento é irregular e pode gerar queimadura na boca
  • Guarde os produtos químicos em locais altos e trancados.
  • Tampe tomadas e redobre a atenção com fios soltos e desencapados.
  • Descarte pilhas e baterias adequadamente.
  • Teste sempre a temperatura da água do banho, antes de colocar a criança.
  • Aplique protetor solar, reaplicando a cada duas horas, após mergulho ou suor excessivo.
  • Evite exposição solar entre 10h e 16h. Use roupa leve, chapéu, óculos e acessórios de proteção.

Fonte: https://oimparcial.com.br/noticias/2025/12/maranhao-registra-mais-de-120-casos-de-queimaduras-em-criancas-de-1-a-4-anos-em-2025/