No último dia 14, a Organização Mundial da Saúde (OMS) declarou a Mpox como Emergência de Saúde Pública de Importância Internacional (ESPII). O alerta é feito para criar uma resposta internacional coordenada e colaborativa para lidar com a doença e não significa que necessariamente ocorrerá uma nova pandemia. O alerta faz menção a uma nova variante que não possui casos confirmados no Brasil.
Em 2024, foram notificados 709 casos confirmados ou prováveis da doença, no Brasil, sendo 85% do sexo masculino e 42,2% são pessoas que vivem com HIV/Aids. O número é bem menor quando comparado aos mais de 10 mil casos notificados em 2022, durante o pico da doença no país.
A preocupação dos órgãos de saúde é com a rápida propagação da nova variante da doença, a Cepa 1b, encontrada no continente africano e mais concentrada na República Democrática do Congo (RDC). Segundo o último relatório do Centro Africano de Controle e Prevenção de Doenças (Africa CDC), o país registrou mais de 14 mil casos. Até o momento, segundo o Ministério da Saúde, não há registro de casos da nova variante no Brasil.
1 caso confirmado
No Maranhão, segundo a Secretaria de Estado da Saúde, houve notificação de 25 casos suspeitos, mas apenas um registro de Mpox confirmado, em 2024, e não há mortes ocasionadas pela doença. As ocorrências suspeitas foram notificadas nas cidades de São Luís, Imperatriz, São José de Ribamar, Paço do Lumiar e Timon.
“A OMS declarou que a Mpox voltou a ser uma emergência internacional. Quero ressaltar a todos os maranhenses que a SES já desenvolve ações de prevenção e monitoramento da doença junto aos municípios, e acrescentar que vamos intensificar a vigilância quanto ao cenário epidemiológico da doença no estado. Além disso, seguimos atentos às orientações do Ministério da Saúde. No Maranhão, temos apenas um caso confirmado da Mpox em 2024”, destacou o secretário de Estado da Saúde, Tiago Fernandes.
Saiba tudo sobre a Mpox e como se prevenir
A SES informou que apoia os 217 municípios maranhenses, com ações relevantes e contínuas de promoção e prevenção às ISTs (mpox), como a distribuição de preservativos femininos e masculinos; orientação sobre a prevenção, diagnóstico e tratamento da Mpox; capacitações e oficinas sobre a temática. A pasta ainda realiza distribuição da vacina, para grupos específicos (pessoas vivendo com HIV/Aids com alguns critérios (PVHA), profissionais de laboratório que trabalham diretamente com orthopoxvírus [a família do vírus da monkeypox] e pessoas que tiveram contato direto com fluidos e secreções corporais de pessoas suspeitas), conforme orientação do Ministério da Saúde.
A doença
Antes varíola dos macacos, hoje a doença recebe o nome de Mpox, um tipo de vírus de DNA dos maiores e mais resistentes que existem e vem chamando a atenção por suas características e capacidade de sobrevivência fora do corpo humano, o que explica o número de infectados no mundo todo.
A biomédica Larissa Simielli, professora da Facimp Wyden, explica que o Mpox se diferencia de outros vírus de DNA por se replicar no citoplasma das células, ao invés do núcleo, o que lhe confere uma certa resistência. Segundo ela, “o envelope lipídico que envolve o vírus aumenta sua robustez, permitindo que ele sobreviva fora do corpo por mais tempo”.
Transmissão
A transmissão desse vírus ocorre principalmente pelo contato direto com a pele lesionada ou com fluidos corporais de uma pessoa infectada. Embora não seja considerada uma infecção sexualmente transmissível, o contato íntimo também pode ser uma via de contaminação. Larissa ressalta que “evitar contato com pessoas infectadas e manter hábitos de higiene são medidas essenciais de prevenção”.
Qualquer pessoa que tenha contato próximo com alguém infectado corre risco de contrair a doença, mas há grupos mais vulneráveis. Larissa alerta que “recém-nascidos, crianças, indivíduos imunocomprometidos e gestantes podem apresentar sintomas mais graves, além de um maior risco de morte.” Profissionais de saúde, devido ao contato constante com pacientes, também estão mais expostos ao vírus.
Sintomas
Os sintomas da infecção incluem febre, dor de cabeça intensa, dores musculares, inchaço nos gânglios linfáticos e erupções cutâneas que podem evoluir para lesões com crostas. Essas lesões geralmente aparecem no rosto, nas palmas das mãos, nas plantas dos pés e em outras áreas, como aboca, genitais e olhos.
Na maioria dos casos, os sintomas desaparecem sem a necessidade de um tratamento específico. No entanto, Larissa destaca a importância do cuidado com as erupções na pele e do uso de medicamentos para aliviar os sintomas quando necessário. Para casos graves, pode ser utilizada a imunoglobulina vaccinia (VIG) e o antiviral tecovirimat, aprovado para o tratamento da doença.
Prevenção
Existe uma vacina contra o vírus Mpox, mas a biomédica esclarece que “a disponibilidade é limitada devido à complexidade de produção, e por isso, neste momento, a vacina não é a principal estratégia de controle da doença”. Recentemente, a Organização Mundial da Saúde incluiu a vacina na lista de uso emergencial, o que pode facilitar o acesso ao imunizante em todo o mundo.
Apesar da complexidade do vírus, as medidas preventivas permanecem simples e eficazes: evitar contato com pessoas infectadas, higienizar as mãos com frequência e não compartilhar objetos pessoais.
Fonte: https://oimparcial.com.br/noticias/2024/08/maranhao-tem-25-casos-suspeitos-de-mpox/