A 1ª edição do MAPA – Mostra de Imagem em Movimento apresenta narrativas sobre as culturas e memórias de comunidades do Maranhão e Pará, cruzando 27 localidades ao longo da Estrada de Ferro Carajás (EFC). O projeto aposta na arte contemporânea, por meio de videoarte, fotografia, colagem, pintura e performance, para revelar poéticas que emergem dos territórios ferroviários.
A mostra reúne 10 artistas que desenvolveram obras inéditas inspiradas nas vivências registradas durante o processo de residência artística. Participam desta edição: Acaique, Bárbara Savannah, Dinho Araújo, Ícaro Matos, Inke, Juruna, Leonardo Venturieri, Rafa Cardozo, Ramusyo Brasil e Silvana Mendes.
Com 184 inscritos, o MAPA concluiu recentemente sua fase de produção, marcada por encontros com a curadoria e imersões nas comunidades ao longo da EFC. Nesse período, os artistas se aproximaram de moradores, tradições e modos de vida locais, resultando em material simbólico que orientou a criação das videoartes.
A proposta da mostra é estabelecer um fluxo cultural semelhante ao trajeto da ferrovia, abrindo espaço para novas linguagens e ampliando a presença da arte contemporânea na região. A iniciativa também estimula a economia criativa e fortalece diálogos entre artistas, comunidades e pesquisadores.
Entre os destaques está Ícaro Matos, artista e cineasta de Parauapebas, que traz ao projeto um acervo fotográfico documental marcado por pesquisas profundas sobre as comunidades ligadas à EFC. Já Juruna, artista afro-indígena e performer, integra a curadoria com uma abordagem que conecta rituais, culturas e reflexões sobre sustentabilidade.
A artista visual Rafa Cardozo, do Pará, apresenta obras que traduzem paisagens afetivas por meio de técnicas mistas. No Maranhão, Acaique trabalha com videoarte e cinema ao lado de grupos LGBTQIAPN+, ampliando debates culturais e promovendo ações de expressão audiovisual ao longo dos trilhos.
O diálogo entre gerações também é uma marca da mostra. Dinho Araújo, antropólogo e pesquisador, utiliza elementos oníricos e símbolos de festas populares em suas criações. Ramusyo Brasil, artista e curador com trajetória internacional, investiga fluxos migratórios e identidades culturais em composições sonoras e visuais que desafiam percepções tradicionais.
As artistas Bárbara Savannah e Silvana Mendes, com reconhecimento em exposições nacionais e internacionais, exploram novas formas de imaginar paisagens e figuras, valorizando aspectos invisibilizados por meio de pintura, fotografia e vídeo. Leonardo Venturieri e Inke completam o grupo com propostas que unem música, grafite e experimentação audiovisual.
O MAPA é realizado pela OPACCA Produção de Imagem, com apoio da Vale, via Recursos para Preservação da Memória Ferroviária (RPMF), regulado pela ANTT. A pesquisa curatorial é assinada por Déia Matos e Eduardo Berardinelli, com Koba como assistente de curadoria e João Pacca na coordenação geral. A mostra conta ainda com equipes de produção, comunicação e conteúdo que acompanharam todas as etapas do projeto.
Segundo João, a residência permitiu o amadurecimento das obras e aprofundou a relação dos artistas com a memória ferroviária. “O MAPA conecta processos criativos a territórios simbólicos e afetivos da região”, afirma.
Com as obras finalizadas em novembro, os artistas também registraram seus percursos em entrevistas e documentários. As projeções de videomapping serão exibidas em São Luís e Belém entre maio e junho de 2026. A exposição em Brasília deve ocorrer entre julho e agosto do mesmo ano.
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Fonte: https://oimparcial.com.br/brasil/2025/12/mostra-mapa-destaca-memorias-de-comunidades-da-estrada-de-ferro-carajas/
