
Quanto de fato ganha — e quanto gasta — um motorista de aplicativo nas grandes cidades brasileiras? Para responder essa pergunta, a Gigu, maior base de dados sobre trabalhadores de aplicativo no país, realizou um levantamento exclusivo com os custos e ganhos médios dos motoristas de app no primeiro semestre de 2025. A análise inclui despesas com combustível, manutenção, aluguel de veículos, tempo de trabalho e margem de lucro, revelando um retrato detalhado da sustentabilidade financeira da atividade em um cenário marcado pela opacidade de dados por parte das plataformas.
Em São Luís, motoristas de aplicativo faturaram em média R$ 6.066,67 por mês, com custos operacionais de R$ 4.186,00, o que resultou em lucro líquido de R$ 1.880,67 — menos de R$ 10 por hora trabalhada, considerando uma jornada semanal de 48 horas. O gasto com gasolina foi de R$ 2.245,45, consumindo mais de metade da renda líquida mensal. Em termos de operação, 70,42% dos motoristas utilizam carro próprio e 29,58% alugam veículos — modelo que reduz a margem de lucro, especialmente em períodos de alta nos preços dos combustíveis e manutenção.
Em maio deste ano, a empresa também realizou uma pesquisa nacional sobre o perfil dos motoristas de aplicativo no Brasil. O estudo apontou que 70% dos trabalhadores dependem exclusivamente das plataformas como principal fonte de renda e que metade atua por mais de 9 horas por dia. Ainda assim, mais de 80% não têm proteção previdenciária, 38% não possuem plano de saúde e 67% estão endividados. A pesquisa reforça a vulnerabilidade estrutural de uma categoria essencial à mobilidade urbana, mas desprovida de garantias básicas.
Para Luiz Gustavo Neves, cofundador e CEO da Gigu, o cenário exige atenção: “Esses dados são preciosos porque ajudam a entender o que acontece por trás do volante. A Uber e outras plataformas não divulgam esses números, o que deixa motoristas no escuro. A Gigu se propõe a mudar isso — oferecendo ferramentas que ajudam esses profissionais a tomar decisões com mais autonomia, inclusive sobre como e quanto vale a pena trabalhar”.
Além dos estudos e relatórios, a empresa lançou recentemente o jogo gratuito “Vida de Motorista”, uma experiência online que simula o dia a dia de Carlinhos, um motorista de app de 25 anos em São Paulo. O jogador precisa tomar decisões em segundos, avaliando distância, valor e destino de cada corrida, com a meta de fechar o dia no azul — um retrato fiel dos dilemas enfrentados por milhões de trabalhadores nas ruas do país.
“Queremos mostrar, de forma simples e acessível, como funciona essa dinâmica de trabalho. O jogo ajuda a ilustrar os desafios que estão por trás das escolhas que os motoristas precisam fazer a cada minuto do dia”, afirma Pedro Inada, co-CEO da Gigu.
“Os dados mostram que ser motorista de app é lidar com pressão e incerteza o tempo todo. Com o jogo, a gente quer abrir essa conversa — e mostrar que o que parece simples, na prática, é um desafio que nem todos conseguem superar”.
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Fonte: https://oimparcial.com.br/noticias/2025/08/motoristas-de-app-em-sao-luis-ganham-menos-de-r-19-mil-por-mes-apos-pagamento-de-contas-basicas/