
Imagine uma medicina que atua antes mesmo da doença aparecer, com base em dados coletados em tempo real, tecnologia avançada e dispositivos inteligentes conectados ao corpo. Esse é o princípio da Medicina 3.0, uma nova fase no cuidado com a saúde que coloca o paciente no centro da atenção, aposta na prevenção e integra tecnologia ao atendimento médico.
Em entrevista ao O Imparcial, o médico pediatra e epidemiologista Dr. Antônio Augusto, coordenador do IDEA Medicina e um dos maiores especialistas do país, com pós-doutorado em Epidemiologia Perinatal pela Universidade de Oxford, explicou os principais pontos desse conceito.
O modelo rompe com a lógica tradicional de que a medicina deve agir apenas quando há sintomas. Aqui, o paciente é monitorado constantemente, e os dados coletados, como batimentos cardíacos, padrões de sono e comportamento, são analisados para prever riscos e oferecer soluções antes que problemas maiores surjam.
Como pesquisador há mais de 40 anos, ele afirma: “nós sabemos que as doenças já começam desde o início da vida. Então, por exemplo, se você tem um colesterol alto, esse processo já teve início há muito tempo”. Nesse contexto, ele defende a importância da instauração de uma medicina menos combativa, e mais preventiva.
Mas, a adoção da Medicina 3.0 não depende apenas de tecnologia. Segundo Dr. Antônio, ela exige também uma mudança de mentalidade entre os pacientes, que precisam buscar o acompanhamento adequado ao longo de toda a vida e profissionais de saúde, que agora precisam estar preparados para lidar com informações digitais, leitura de dados e atuação em equipes multidisciplinares.
No Maranhão, o IDEA Medicina já incorpora esses conceitos em sua formação. A proposta é preparar médicos mais atentos ao contexto de vida dos pacientes e capazes de aplicar esse modelo integrado e preventivo na prática.
Apesar dos avanços, a implementação da Medicina 3.0 no Brasil ainda enfrenta obstáculos. Para o especialista, os principais desafios são a resistência à mudança e a infraestrutura tecnológica limitada, especialmente em regiões mais vulneráveis. Ainda assim, ele acredita que os benefícios justificam o esforço.
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Fonte: https://oimparcial.com.br/noticias/2025/07/mudanca-de-mentalidade-e-chave-para-medicina-3-0-afirma-coordenador-do-idea-medicina/