
Mesmo com a eleição da nova Mesa Diretora da Câmara Municipal de São Luís prevista apenas para o próximo ano, o debate sobre a sucessão do atual presidente, vereador Paulo Victor (PSB), já ganhou corpo dentro e fora do plenário. A movimentação, que começou de forma discreta nos bastidores, agora se intensifica entre os parlamentares e já chega à tribuna, evidenciando o início de uma corrida marcada por articulações, declarações de voto e também por disputas simbólicas de poder dentro da Casa.
Durante a sessão ordinária desta segunda-feira (7), o próprio presidente da Câmara sentiu-se no dever de fazer um pronunciamento direto para esclarecer sua posição diante do cenário que começa a se desenhar. Em meio a especulações sobre seu suposto apoio a determinados nomes e boatos de bastidores, Paulo Victor foi categórico: “Não estou em campanha. Deixo isso registrado para todos os amigos, colegas vereadores e para toda a cidade de São Luís. Meu intuito agora é me recuperar e administrar a Casa e cumprir um bom papel para a população e para os vereadores”, declarou.
Um nome já em mente
A fala do presidente veio na esteira de manifestações públicas de apoio a pré-candidaturas e da circulação de informações nos bastidores legislativos. Paulo Victor, que deverá disputar uma vaga na Assembleia Legislativa em 2026, fez questão de separar sua atuação como presidente da Casa de sua posição pessoal como eleitor.
“Sou presidente, mas sobretudo eu voto. E sou presidente graças à maioria dos votos de vocês, mas também sou eleitor. E uma coisa que gosto é de me posicionar de maneira muito firme, e minha posição hoje é pela administração da Casa, mesmo tendo meu lado, tendo a minha convicção que está em minha mente”, frisou, revelando que já tem um nome mas que ainda não externará esse posicionamento.
O parlamentar também lançou um alerta para o momento político que se abre: o risco de o entusiasmo precoce desorganizar os trabalhos da Casa e fragilizar a imagem do Legislativo perante a sociedade. “A eleição da Mesa Diretora passa por um processo de formação, e com empolgação pode-se perder o rumo, o meio e o fim da meada”, afirmou, demonstrando preocupação com o foco das discussões. Ele ainda reforçou que qualquer articulação em seu nome deve ser feita exclusivamente por ele próprio, e pediu responsabilidade aos colegas. “Solicito aos parlamentares que fazem parte deste processo que tenham, sobretudo, a máxima decência em saber utilizar a palavra ou o nome de outro vereador. Os debates internos e conversas militando em nome de outros não estão autorizados”, completou.
Data para a eleição e mudança no Regimento Interno
Na oportunidade, o vereador Daniel Oliveira (PSD), oficializou em plenário seu apoio à candidatura de Beto Castro (Avante), fortalecendo a ideia de que a disputa já está aberta. “De antemão quero dizer que irei caminhar com Vossa Excelência para que a gente possa construir uma Câmara Municipal forte. Declaro meu voto e que Vossa Excelência possa fazer até a eleição uma boa caminhada”, afirmou Daniel, referindo-se a Castro, com quem já havia iniciado diálogos desde o início do ano.
Em resposta, Beto Castro agradeceu o gesto e deixou claro que sua candidatura pretende manter os avanços da atual gestão.
“Quando a gente fala em dar continuidade, é reconhecer o trabalho dessa Mesa Diretora. É dar continuidade aos avanços que essa Casa tem tido. É dar continuidade ao trabalho de Vossa Excelência, senhor presidente, que tem implantado aqui dentro esse ritmo, que eu tenho certeza que desde o início do seu novo mandato até o término o senhor vai entregar muitas coisas boas não só para essa Casa, mas para toda São Luís”, afirmou. Beto também destacou que sua proposta é coletiva e baseada no diálogo, sinalizando um discurso de união e cooperação.
Além de Beto Castro, outros dois nomes já são mencionados como possíveis candidatos à presidência da Câmara: Marquinhos (União Brasil), vereador com trânsito entre diferentes grupos políticos, e Concita Pinto (PSB), atual 1ª vice-presidente da Casa, que pode representar a continuidade com um viés mais institucionalizado.
A antecipação da disputa coloca a Câmara em um ponto de atenção: o desafio de equilibrar as funções legislativas e a administração da Casa com as tensões naturais de um processo eleitoral interno. Propostas como a mudança do regimento interno e a possibilidade de antecipação da data da eleição para novembro de 2026 – defendida por Astro de Ogum (PCdoB) com base no entendimento de tribunais superiores – devem ganhar mais força nos próximos meses.
Nesse sentido, a proposta do vereador Raimundo Penha (PDT) para criação de uma comissão com seis parlamentares visando discutir as regras do regimento foi acatada pelo presidente Paulo Victor, o que pode influenciar diretamente os rumos da eleição. Entre os pontos de pauta, estão o regime de urgência de projetos e a regulamentação mais clara da data da eleição da nova Mesa Diretora.
Neste contexto, a disputa por cargos estratégicos no legislativo municipal que começou de forma velada agora ocupa os microfones do plenário e projeta um novo capítulo no cenário político da capital maranhense. Até 2026, o caminho promete ser intenso, marcado por negociações, alianças e reposicionamentos. A sucessão já começou.
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Fonte: https://oimparcial.com.br/noticias/2025/04/nao-estou-em-campanha-diz-paulo-victor-sobre-a-eleicao-da-presidencia-da-camara-de-sao-luis/