
Em sessão da Comissão da Previdência Social na Câmara dos Deputados nesta terça-feira (29/4), o ministro da Previdência Social, Carlos Lupi, defendeu a atuação do Instituto Nacional do Seguro Social (INSS) e reiterou que os recentes casos de fraude envolvendo associações e descontos em folha não devem ser atribuídos à instituição como um todo. “O INSS é uma instituição que paga hoje benefício a 40.660.000 brasileiros. R$ 77 bilhões de reais por mês. Nós não podemos simplesmente culpar a instituição pelo erro de cinco, seis ou sete”, afirmou.
Segundo Lupi, medidas já foram tomadas para afastar suspeitos e manter a governança. “Pegamos pessoas de carreira, que ocupavam funções estratégicas, para responder pelos diretores afastados. Temos que preservar a instituição”, explicou. O ministro também criticou julgamentos precipitados com base em auditorias iniciais. “Uma amostragem de 1.300 pessoas não pode ser usada para condenar 7 milhões de contribuintes. É preciso responsabilidade antes de sair difamando”, disse, em referência à investigação que apontou indícios de irregularidades em descontos repassados a entidades de classe.
Lupi afirmou que a Controladoria-Geral da União (CGU) e a Polícia Federal já estão atuando para responsabilizar os culpados. “Não é só ação do governo, é ação da sociedade. Vamos acusar, provar e botar na cadeia os responsáveis. Mas sem leviandade. Não se pode apontar o dedo para a ferida com o dedo podre”, declarou, citando que os bens de investigados já estão bloqueados para ressarcimento ao erário.
Com tom combativo e emocionado, o ministro defendeu a trajetória pública e pediu respeito. “Tenho 42 anos de vida pública. Posso pensar diferente de alguns parlamentares, mas isso não me impede de respeitá-los. E não deveria impedi-los de me respeitar também”, disse. Ele acrescentou que a atual gestão é a primeira a enfrentar o problema com esse grau de profundidade. “Nunca antes na história teve uma ação desse tamanho dentro da Previdência Social”, completou.
Por fim, Lupi propôs uma mudança estrutural: acabar com a obrigatoriedade do desconto em folha para associações. “O câncer, na minha opinião, é o desconto automático. Isso tem que ser resolvido entre a associação e o associado. O INSS não deveria ter esse papel. Mas é lei, e só o Congresso pode mudar”, concluiu. O ministro ainda agradeceu parlamentares que atuam com a pauta da inclusão, como o deputado Léo, a quem prestou uma saudação especial.
*Fonte: Correio Braziliense
Fonte: https://oimparcial.com.br/brasil/2025/04/nao-podemos-culpar-o-inss-pelos-erros-de-poucos-diz-lupi-na-camara/