26 de agosto de 2025
Nikolas Ferreira vota a favor de veto de Lula para
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O deputado federal Nikolas Ferreira (PL-MG) criticou, nesta segunda-feira (7), a proposta do presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) de tributar os chamados “super-ricos” — a chamada “taxação BBB”, que mira bilionários, bancos e casas de apostas (bets). Em vídeo publicado nas redes sociais, Nikolas se posicionou contra a medida e afirmou que o discurso de confronto entre ricos e pobres apenas divide o país.

Segundo o parlamentar, a taxação de grandes fortunas pode provocar fuga de capitais, queda nos investimentos, aumento da inflação e, consequentemente, perda de arrecadação para o Estado. Ele ainda citou o exemplo da Noruega, onde, de acordo com ele, a saída de grandes fortunas foi uma consequência de políticas semelhantes.

“A tentativa deles é a mesma há anos, ficar fazendo uma luta de nós contra eles, ricos contra pobres, de negros contra brancos, ateu contra cristão (…). Mas você vai taxar os super-ricos, e aí? No próximo dia, o que vai acontecer? Eles vão embora. Simples assim. Como aconteceu, por exemplo, na Noruega, que foram embora. Óbvio. Por que eles vão ficar em um país que está taxando eles?”, afirmou, citando uma reportagem do jornal O Estado de S. Paulo.

Para ele, o que o governo tenta vender como solução para os problemas do país é, na prática, um risco de aprofundar desigualdades. “Qual a consequência disso? Com essas pessoas saindo do Brasil, consequentemente as empresas deles também saem. Então, menos empregos, falta de investimento e principalmente falta de arrecadação, até mesmo para o Estado, que está querendo taxar eles. Não vou nem falar da fuga de cérebros, de mentes pensantes que vão sair daqui e ir para outros países que têm melhores condições de desenvolver. O que eles estão querendo te vender, como um bom esquerdista, é de que fazendo isso daqui, você vai ter a solução de todos os problemas do país”, completou.

Nikolas também aproveitou para criticar o que considera incoerência dentro do governo Lula. De acordo com o deputado, há ministros com patrimônio milionário que, mesmo assim, defendem um discurso voltado contra os mais ricos. Para ele, o governo se vale de uma narrativa populista enquanto preserva privilégios entre seus próprios quadros.

Contudo, segundo estudo recente apresentado no G20 em 2024, apenas cerca de 50 brasileiros se enquadrariam no perfil de patrimônio considerado “super-rico” o suficiente para ser atingido pela proposta. Isso coloca em perspectiva o argumento de Nikolas, que aponta para um número maior de afetados do que o que os dados mostram.

“Será que esse pessoal todo aqui, que recebem supersalários, super mordomias do governo do Lula, que são os seus ministros, estão preocupados em taxar os super-ricos, porque eles estão preocupados com os pobres. Será mesmo? Até mesmo porque eles se dizem de esquerda contra os super-ricos, mas tem super-ricos no governo. Patrimônio de ministro de Lula cresce 30 vezes e passa de R$ 79 milhões. Lula declarou R$ 7,4 milhões. Qual o eleitor dele, dos locais mais pobres que ele foi, fez promessas de campanha, que tem um patrimônio desse daqui?”, ironizou.

O deputado também aproveitou para fazer críticas à estrutura de gabinete da primeira-dama, Janja da Silva, sugerindo que ela consome recursos milionários dos cofres públicos mesmo sem ocupar nenhum cargo eletivo.

“Até mesmo porque, se eles vão taxar os super ricos, eles deveriam taxar essa daqui (Janja), né? Essa daqui sem ter cargo nenhum, custa aos cofres públicos, o seu dinheiro, R$ 2 milhões por ano, só para ela ter um gabinete. E não tô nem falando das viagens, né?”, provocou.

Nikolas também critica a deputada federal Erika Hilton (Psol-SP), que recentemente posou com uma bolsa avaliada em R$ 27 mil, e uma gravata da marca de luxo Louis Vuitton usada pelo presidente Lula, que custou R$ 1,6 mil. As viagens do presidente, o número de pessoas nas comitivas e os ministros de Estado também foram alvos do deputado.

“O Lula, assim como o PT, parou no tempo. Ele quer utilizar a mesma nativa, a mesma tática para poder colocar um contra o outro. A população briga e ele vence”, finalizou.

Taxação dos super-ricos

Apesar das críticas do deputado mineiro, estudos recentes apontam que a cobrança sobre fortunas bilionárias poderia ter impacto limitado na economia real do país, mas grande impacto na arrecadação. Um levantamento solicitado pelo G20 em 2024 estimou que uma alíquota global de 2% sobre o patrimônio de cerca de 3 mil bilionários resultaria em US$ 250 bilhões, equivalente a R$ 1,3 trilhão, por ano.

Segundo o documento, assinado pelo economista francês Gabriel Zucman, esses poucos bilionários concentram juntos US$ 14,2 trilhões, mas representam apenas 0,0001% da população. No Brasil, de acordo com o mesmo estudo, cerca de 50 pessoas se enquadrariam no perfil de mega fortunas alvo da medida.

*Fonte: Estado de Minas

Fonte: https://oimparcial.com.br/noticias/2025/07/nikolas-ferreira-critica-taxacao-de-bilionarios-e-aponta-contradicoes-no-governo-lula/