28 de setembro de 2025
Lula rebate Trump: “Brasil não ficará de joelhos diante dos
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Faltando dois meses para a COP-30 em Belém, que vai focar o tema central da crise climática do Planeta, por coincidência, na reunião da ONU em Nova Iorque, o assunto de maior repercussão foi o “clima” que rolou entre os presidentes Donald Trump e Luiz Inácio Lula da Silva. O que parecia impossível, acabou acontecendo num ato imprevisível em que os dois se encontraram entre o encerramento do discurso do brasileiro e o início da fala do americano. O encontro, aparentemente amigável, faz parte do pesado jogo de poder sendo jogado por dois profissionais em articulações políticas do principal país da América do Norte e com o líder da maior economia da América Latina.

Antes daquele encontro acontecer no corredor da ONU, o presidente Lula já havia enviado carta ao colega americano, convidando-o a participar da COP-30. Logo que se conheceram no corredor, já ficou marcada uma nova conversa na próxima semana, quando Lula vai repetir o convite presencialmente. Porém, como negacionista convicto, Trump classificou como a “maior farsa”, o que os cientistas americanos dizem sobre a crise climática. “A pegada de carbono é uma farsa inventada por pessoas mal-intencionadas, que trilham um caminho de destruição total. É uma coisa muito grande e estão ganhando muito dinheiro com ela”, disse ele para o mundo todo – sem revelar nenhuma fonte científica.

Certo é que, o encontro entre os dois chefes de estado no qual rolou uma “ótima química”, no dizer de Trump, confirmada por Lula, ainda é o tema mais debatido nas redes sociais, na política e nos meios de comunicação. No Brasil, a Cúpula do Clima fará de Belém o centro do mundo ambiental, com os governos federal, estadual e municipal acelerar as obras de acomodação e instalações para os debates e exposições, além de envolver enormes esforços diplomáticos para impedir o esvaziamento. É tudo feito para não macular a imagem do Brasil, valorizar a liderança internacional de Lula e planificar seu caminho rumo ao quarto mandato, nas eleições daqui a pouco mais de 13 meses.

E não é por menos. Há pouco mais de três décadas, em 1992, o Brasil assumiu um papel de protagonista no esforço global a enfrentar os grandes desafios ambientais que ameaçam a economia mundial e, em última instância, a própria sobrevivência do planeta. Naquele ano, o Rio de Janeiro sediou a Conferência das Nações Unidas sobre Meio Ambiente e Desenvolvimento, lembrado em reportagem de capa da revista Veja que circulou nesta sexta-feira. Era o rescaldo do longo período da guerra fria, que pôs fim a divisão do mundo entre o bloco comunista (União Soviética) e capitalista (Estados Unidos). O mundo passu a refletir sobre o futuro sem o risco de uma hecatombe nuclear.

Hoje, o mundo está às voltas com as guerras tecnológicas, movidas a drones e mísseis intercontinentais e novamente a divisão entre o “Sul Global”, descrito como o conjunto de países em desenvolvimento, geralmente na América Latina, África, Ásia e Oceania, e o “Norte Global”, referência aos países economicamente desenvolvidos, com economias avançadas, altos níveis de renda e influência política, como a América do Norte, Europa Ocidental, Austrália, Nova Zelândia, Japão e Coreia do Sul. O Brasil, ao lado da China estão no centro dessa divisão em que os Estados Unidos representam o outro lado.

Sem falar que, ideologicamente, nos dois polos globais, a ideologia de direita e extrema-direita e a esquerda se chocam e ganham relevância. No Brasil, o encontro de Lula com Trump fermentou o debate político entre o bolsonarismo, de direita, e o lulismo, de esquerda. Na esteira do debate estão as eleições de 2026, com o ex-presidente Jair Bolsonaro em prisão domiciliar e condenado à prisão fechada, além da leva de instrumentadores e executores da tentativa de golpe de estado. No encontro, Lula quer debater soberania do Brasil e tarifaço, enquanto Trump pode pender para a defesa de Bolsonaro.

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Fonte: https://oimparcial.com.br/noticias/2025/09/o-clima-entre-lula-e-trump-pode-nem-chegar-na-cop-30/