23 de janeiro de 2025
O grande dia de Fernanda Torres! Lista de indicados ao
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Um bastão passado de mãe para filha: foi há 25 anos que Fernanda Montenegro qualificou, frente aos votantes do Oscar, em bom e claro português, a única indicação junto aos membros da Academia de Artes e Ciências Cinematográficas para uma atriz brasileira — fato que pode ser estendido, hoje, às 10h30, para Fernanda Torres, a pérola de Ainda estou aqui.

O longa de Walter Salles (com fôlego para indicação de diretor), ainda concorre a vagas de melhor filme internacional, e, em alcançando a categoria de roteiro adaptado (vencedor no Festival de Veneza), talvez engrosse a lista de melhor filme do ano. Vencedora do Globo de Ouro de atriz, Fernanda Torres compete no Satellite Awards, depois de vencer (a segunda posição) na Associação dos Críticos de Los Angeles e conquistar a versão latina do Critics Choice.

O longa-metragem de Walter Salles tem uma carreira de vitória no Festival de Veneza, pelo reconhecimento do roteiro de  Heitor Lorega e Murilo Hauser, esteve na lista dos cinco mais importantes do ano, pela National Board of Review (sediada em Nova York) e venceu prêmios em Palm Springs, além de conquistar honrarias de público pela Mostra Internacional de São Paulo, por festival internacional de Vancouver (Canadá) e pelo Miami Film Festival. Na carreira, ainda foi destacado pelo Goya (importante prêmio espanhol), Satellite Awards e o Bafta inglês.

Com público superior a 3 milhões, no Brasil, o filme despertou a paixão e a campanha aberta (pelo Oscar) da forte comunidade de internautas brasileiros. Baseado na experiência de Marcelo Rubens Paiva, junto à dissolução da família, por ação da ditadura no Brasil, o longa conta do destino da virtual viúva de Rubens Paiva, extirpado do seio familiar, por ação do governo militar. O papel de Eunice Paiva, mãe determinada de cinco filhos, é interpretado tanto por Fernanda Torres quanto por Fernanda Montenegro.    

Rompimento de barreiras

Depois da salada de línguas promovida pela intérprete Sandra Hüller (indicada, ano passado, por Anatomia de uma queda), o Oscar pode estender a seara corriqueira de reconhecimento para sueco e italiano, por anos, presente em atores como Roberto Benigni, Marcello Mastroianni, Liv Ullmann e Sophia Loren. Em francês, 11 intérpretes competiram.

O espanhol até encontrou boa visibilidade: Catalino Sandino Moreno competiu em 2004; Penélope Cruz, por duas ocasiões, isso para além do time masculino, com Antonio Banderas, Javier Bardem e Benício Del Toro (venceu do Oscar, por Trafffic). Em 2018, Roma jogou luz sobre as carreiras de Yalitza Aparicio e Marina de Tavira. O português de Fernanda Montenegro (em Central do Brasil) colocou a primeira dama do teatro junto ao raro patamar da idosa thceca Ida Kaminska, indicada em 1966, e também contra o etarismo, a aliou à coreana Yuh-Jung Youn, reconhecida (como coadjuvante) em Minari.

Bem cotados

Em tom de brincadeira, Mikey Madison, a estrela de Anora — um dos filmes mais cotados para prêmios importantes do Oscar 2025 — pontuou, na imprensa estrangeira que, no âmbito da família, ou parentes “vão enviar mensagens de texto muito simpáticas (acerca do filme)” ou simplesmente não as ouvirá”. A redoma de proteção se justifica até pelo sensível tema do filme: uma stripper (que abraça episódios radicais) vê chance de alpinismo social, ao topar com um rapaz bilionário e inconsequente. Ao Los Angeles Times foi o diretor Sean Baker quem comentou escolhas: “A comédia está em uma tomada ampla; a tragédia está em um close-up. Numa cena definitiva (da machista afronta à protagonista Ani), desponta a visão ampla de tudo, e conferimos o absurdo do argumento de todos, percebendo que Ani está se segurando contra os caras”.

O sentimento de ameaça, pouco a pouco, se esvai entre o público, que embarca numa comédia (com quê agridoce) que persegue estética de uso limitado, com peso para o antigo 35 mm (em película) e muitas cores em jogo. “Vivemos época em que a tecnologia, o analógico encontrando o digital, abre muitas portas para os artistas. Hoje, temos ferramentas digitais para ajudar a limpar e aperfeiçoar as imagens”, comentou Baker, cotado ao Oscar de direção, à importante revista Forbes.

Numa entrevista montada pela Interview Magazine, com participação da ex-concorrente ao Oscar por Elle, Isabelle Huppert, a estrela de Anora, Mikey Madison explicou o treinamento de stripper, e acrobata de pole dance, além do persistente apelo sensual dos saltos altos. “Sabia, desde o começo, que Ani é uma personagem que usa seu corpo de uma forma muito específica porque é parte de seu trabalho. Eu estudei muitas dançarinas e fui a clubes e vi como eles usavam seus corpos, porque para mim, sua nudez é como uma fantasia”, comentou.

*Fonte: Correio Braziliense

Fonte: https://oimparcial.com.br/noticias/2025/01/o-grande-dia-de-fernanda-torres-lista-de-indicados-ao-oscar-sera-divulgada-hoje/