Impulsionados por Colômbia e Brasil, os países da Organização do Tratado de Cooperação Amazônica (OTCA) devem assinar, na próxima sexta-feira (22), uma declaração conjunta de apoio ao Fundo Florestas Tropicais para Sempre (TFFF), que será lançado durante a COP30, em Belém, no fim do ano.
O fundo funcionará como um mecanismo de financiamento para preservação de biomas florestais, presentes em cerca de 70 países, essenciais para regulação do regime de chuvas e captura de carbono na atmosfera.
A assinatura ocorrerá durante a Cúpula da Amazônia, em Bogotá, Colômbia, com a presença do presidente Luiz Inácio Lula da Silva, do presidente colombiano Gustavo Petro e da vice-presidente do Equador, Maria José Pinto. O encontro incluirá diálogo com organizações da sociedade civil e a aprovação da Carta de Bogotá, reforçando metas de combate ao desmatamento e desenvolvimento sustentável.
“Será uma declaração com ênfase no tema da mudança do clima, mas ela também pretende fazer um balanço de todas as ações que foram implementadas desde a cúpula de Belém, em 2023”, explicou o embaixador João Marcelo Queiroz, diretor do Departamento de América do Sul do Ministério das Relações Exteriores (MRE).
O Itamaraty detalhou que o TFFF terá potencial para captar cerca de US$ 125 bilhões (R$ 680 bilhões) entre recursos públicos e privados, reinvestidos em ações de preservação florestal.
“É uma iniciativa inovadora no sentido de que vai proporcionar financiamento para os países em desenvolvimento que têm florestas tropicais. Vai ser um mecanismo baseado em resultados, ou seja, os países que demonstrarem que conservaram suas florestas vão ser remunerados em até US$ 4 por hectare”, afirmou Patrick Luna, chefe da Divisão de Biodiversidade do MRE.
No caso brasileiro, o valor de US$ 4 por hectare preservado pode gerar aportes até sete vezes maiores que o orçamento anual do Ministério do Meio Ambiente, atualmente em cerca de R$ 3,5 bilhões, alcançando potencialmente mais de R$ 24 bilhões por ciclo de pagamento.
O fundo, idealizado pelo Brasil com apoio de países como Colômbia, Noruega, Reino Unido, França e Emirados Árabes Unidos, também conta com adesão de nações com grandes extensões de florestas tropicais, como Gana, República Democrática do Congo (RDC), Malásia e Indonésia.
“A contribuição ao fundo não vai ser uma doação, vai ser investimento. Tanto as empresas quanto os países que fizerem aportes ao fundo vão ser remunerados anualmente com uma taxa competitiva de mercado, como se tivessem comprado títulos de uma dívida de um fundo triple A”, destacou Patrick Luna.
Segundo o governo brasileiro, o modelo permite que investidores recuperem seus recursos com remuneração compatível às taxas de mercado, ao mesmo tempo em que contribuem para preservação florestal e redução de emissões de carbono.
O TFFF também prevê que 20% dos recursos sejam repassados diretamente a comunidades de povos indígenas e tradicionais, reconhecendo o papel dessas populações na proteção dos biomas. Todas as ações serão coordenadas por um comitê com representantes dos países do grupo de trabalho que constrói a proposta.
Fonte: Correio Braziliense
Fonte: https://oimparcial.com.br/noticias/2025/08/paises-da-otca-assinam-declaracao-de-apoio-ao-fundo-florestas-tropicais-para-sempre-na-cop30/
