28 de junho de 2025
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O ambiente político brasileiro tem sido palco de constantes embates ideológicos, mas um episódio recente no Senado reacendeu o debate sobre os limites do confronto institucional. Nesta quarta-feira (28), a ministra do Meio Ambiente, Marina Silva, foi alvo de hostilidades durante uma audiência na Comissão de Infraestrutura, o que levou à sua saída antes do fim da sessão.

O comportamento de alguns senadores, que a interromperam e provocaram, foi duramente criticado por diferentes setores — inclusive por adversários políticos da própria ministra.

Um deles foi o líder do União Brasil na Câmara dos Deputados, Pedro Lucas Fernandes (MA), que, em entrevista ao blog Painel, do jornal Folha de S.Paulo, lamentou a forma como a ministra foi tratada. Apesar de se posicionar contra as diretrizes ambientais defendidas por Marina Silva, o parlamentar destacou que o respeito deve prevalecer em qualquer debate.

“Sou um defensor da [exploração na] Margem Equatorial e vejo que passar 12 anos para tirar uma licença para pesquisa é um absurdo no Brasil. Eu acho que trava o Brasil esse pensamento ideológico”, declarou Pedro Lucas, reafirmando sua oposição à ministra. “Eu sou contra mesmo, faço oposição à ministra Marina.”

A audiência foi marcada por momentos de forte tensão, com interrupções frequentes e declarações controversas. Em um dos pontos mais criticados, o presidente da comissão, senador Marcos Rogério (PL-RO), chegou a dizer que a ministra deveria “se pôr no lugar dela” — frase que provocou reações imediatas nas redes sociais e entre parlamentares.

Mesmo diante das divergências políticas, o deputado maranhense ressaltou que o tratamento dado à ministra ultrapassou os limites aceitáveis. “Nós precisamos mais de respeito. Eu acho que ela foi desrespeitada e precisa ter respeito”, afirmou ao blog Painel.

Pedro Lucas também fez um apelo por mais civilidade na política, destacando que a discordância não pode ser justificativa para ofensas pessoais. “A gente precisa ter essa visão de equilíbrio, de comportamento. O respeito não se faz por cargo, o respeito se dá a todos os seres humanos”, disse.

E concluiu: “Eu acho que é isso que está faltando um pouquinho na nossa política, voltar ao respeito às pessoas. Não é porque eu discordo delas que eu vou fazer o que aconteceu ontem. Foi muito feio.”

As declarações do deputado expõem a crescente tensão entre agendas ambientais e interesses econômicos, como a exploração de petróleo na Margem Equatorial. Ao mesmo tempo, ressaltam a necessidade urgente de resgatar o respeito como princípio fundamental no debate político, especialmente em um país profundamente dividido.

Fonte: https://oimparcial.com.br/noticias/2025/05/pedro-lucas-critica-ataques-a-ministra-marina-silva/