O Santander, juntamente com o instituto Ipsos UK, realizou a Pesquisa Global de Educação Financeira 2025 para compreender como pessoas em diferentes nações lidam com o dinheiro, aprendem sobre finanças e percebem a importância da educação financeira. A pesquisa ouviu 19.906 pessoas em dez países na Europa e nas Américas, e faz parte do compromisso global do banco com a inclusão e a autonomia financeira por meio do conhecimento. No Brasil, foram 2.028 entrevistados.
O levantamento realizado evidencia a carência percebida pela população em relação à educação financeira: 84% dos entrevistados gostariam de ter aprendido sobre o tema ainda durante tempos de escola, mas não se lembram de ter tido acesso a esse conteúdo.
No Brasil esse percentual cresce para 91%, embora a população brasileira siga a média mundial ao apontar a educação financeira como segunda disciplina mais importante para o sistema educacional, atrás apenas da Matemática.
Os entrevistados também mostraram uma tendência, em nível global, a acreditar que têm um bom conhecimento de assuntos financeiros: 73% dos entrevistados garantem ter confiança em sua capacidade de gerir suas próprias finanças – em linha com a média global, de 72%. No entanto, há um descompasso entre autoconfiança e entendimento real, exposto a partir das respostas a duas perguntas sobre conceitos básicos de economia.
A primeira questão avaliava o entendimento sobre inflação: “Suponha que a taxa anual de inflação no seu país caia pela metade, mas permaneça acima de zero. O que acontecerá com o custo geral de bens e serviços daqui a um ano?”.
A resposta correta era que os preços continuariam subindo, mas em ritmo mais lento. A maioria dos entrevistados totais (68%) errou a resposta. No Brasil, o índice de erro chegou a 73%, indicando desconhecimento sobre o impacto da inflação positiva.
A segunda pergunta abordava juros: “Quanto dinheiro você esperaria ter se colocasse US$ 100 em uma conta poupança com juros anuais de 2%, após um ano?”.
A opção correta era que o valor seria mais de US$ 100, considerando o rendimento. Na média global, 48% dos entrevistados erraram a resposta, e esse índice sobe para 67% no Brasil, evidenciando uma fragilidade no entendimento de conceitos financeiros básicos.
“A principal conclusão a que chegamos, a partir de um dos maiores levantamentos já feitos globalmente sobre educação financeira, é que este tema materializa um desejo e uma necessidade da maioria da sociedade. Vemos isso em todos os países em que temos presença, e especialmente no Brasil, onde há uma clara oportunidade de evoluir em nossa atuação”, disse Mario Leão, CEO do Santander Brasil.
“Como agentes financeiros, temos um papel fundamental neste processo, porque somos capazes de mobilizar agentes públicos e privados para levar conhecimento financeiro à população.” Há também um forte desejo de controle e autonomia: no Brasil, 84% dos entrevistados disseram acompanhar seus gastos mensais (acima da média global de 79%). Contudo, apenas 47% dos brasileiros declararam poupar recursos suficientes para honrar suas despesas por um período de três meses.
Mesmo que a participação em ações formais de educação financeira ainda seja baixa, o Brasil figura acima da média: 27% dos entrevistados destacam ter feito algum curso sobre o tema, ante apenas 20% no conjunto dos países. Dessa forma, a população reconhece os benefícios de acumular conhecimento financeiro: para 64% dos entrevistados globalmente, esta modalidade de ensino aumenta a capacidade de tomar as melhores decisões financeiras (66% no Brasil), 59% acreditam que podem gerir de maneira mais eficaz seus recursos e dívidas (ante 57% entre os brasileiros) e 52% apontam a possibilidade de criar um orçamento doméstico bem formado (apontada por 61% dos brasileiros).
Os participantes do levantamento também apontam as áreas de maior interesse para aprendizado. Numa perspectiva global, os temas mais desejados foram investimentos (63%), poupança (61%) e impostos (51%), enquanto no Brasil os mais citados são investimentos (67%), poupança (67%) e orçamento doméstico (53%).
O levantamento também destaca o protagonismo brasileiro na digitalização financeira. O país é a única nação do levantamento na qual a confiança no uso de ferramentas on-line para gerir as finanças pessoais se equipara a outros meios de gestão.
Além disso, mais da metade dos brasileiros (59%) utilizam instrumentos digitais semanalmente para acompanhar suas finanças, enquanto somente 13% nunca usam recursos on-line para essa finalidade. O PIX é responsável pela abertura ao uso da tecnologia na área financeira, sendo utilizado pela maioria absoluta (87%) da população.
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Fonte: https://oimparcial.com.br/noticias/2025/12/pesquisa-revela-que-9-em-10-brasileiros-gostariam-de-ter-aprendido-sobre-financas-na-escola/
