5 de novembro de 2025
Pessoas morando sozinhas crescem e casais com filhos caem, diz
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O perfil das famílias brasileiras mudou de forma significativa nas últimas décadas. Segundo dados preliminares do Censo Demográfico 2022: Nupcialidade e Família, divulgados nesta terça-feira (5) pelo IBGE, casais com filhos deixaram de ser maioria e pessoas morando sozinhas já representam quase 20% de todas as unidades domésticas do país.

Ao todo, o Brasil registrou 72,3 milhões de unidades domésticas em 2022. Dessas, 13,6 milhões (18,8%) eram unipessoais, ou seja, formadas por apenas uma pessoa. O número mais que triplicou em relação ao ano 2000, quando eram 4,1 milhões. Em 2010, representavam 12,2% do total. Agora, quase 1 em cada 5 brasileiros mora sozinho. A maior parte desses moradores tem 40 anos ou mais, e 41,8% são idosos.

Outras 58 milhões de unidades (79,8%) eram formadas por duas ou mais pessoas com algum tipo de parentesco. Dentro delas, viviam 61,2 milhões de famílias. Em 94,5% dessas unidades havia apenas um núcleo familiar; em 5,5%, conviviam famílias adicionais, chamadas de conviventes.

Casais sem filhos crescem e casais com filhos viram minoria

O levantamento mostra uma virada histórica: casais com filhos deixaram de representar a maioria das famílias brasileiras. Em 2000, eles eram 56,4% do total. Em 2022, passaram para 42%, cerca de 24,3 milhões.

Enquanto isso, os casais sem filhos foram o tipo de composição familiar que mais cresceu, subindo de 13% para 24,1% (13,9 milhões). O movimento está ligado a fatores como urbanização, planejamento reprodutivo e mudança de prioridades econômicas e sociais.

No Norte, onde a fecundidade permanece mais alta, esse modelo ainda é predominante. A região também concentra mais arranjos com parentes conviventes. Já os casais sem filhos são mais comuns no Sul, enquanto a monoparentalidade feminina é mais expressiva no Nordeste.

Mais mães solo

O país tem cerca de 7,8 milhões de mulheres responsáveis pelos filhos sem a presença de cônjuge ou parentes, 13,5% das famílias brasileiras. Em 2000, eram 11,6%. Entre homens na mesma condição, a proporção subiu de 1,5% para 2% (1,2 milhão).

Também há arranjos em que o responsável vive com filhos e outros parentes. Entre mulheres, são 3,8% das famílias; entre homens, 0,6%.

Foto: Reprodução

Quase metade dos lares é chefiada por mulheres

Outro dado que evidencia a transformação social é o aumento de famílias chefiadas por mulheres. Em 2000, elas eram responsáveis em 22,2% dos lares. Em 2022, chegaram a 48,8%. É praticamente o dobro, e o número se aproxima da paridade com os homens, responsáveis por 51,2% das famílias.

Segundo o IBGE, fatores culturais e econômicos explicam o aumento, como maior presença feminina no mercado de trabalho, expansão do ensino superior e queda na fecundidade.

Mais escolaridade

O nível de instrução dos responsáveis também mudou. Em 2000, 66,1% não tinham instrução ou tinham apenas ensino fundamental incompleto. Em 2022, essa taxa caiu para 34,7%. Já o número de responsáveis com ensino superior completo passou de 6,3% para 17,4%.

Divulgação

Os dados foram anunciados pelo IBGE durante evento no Memorial de Sergipe Prof. Jouberto Uchôa, em Aracaju, com transmissão ao vivo pelo IBGE Digital. Os resultados estarão disponíveis no portal do instituto, no SIDRA e no Panorama do Censo, com detalhamento por sexo, idade, religião, cor ou raça, renda, escolaridade e por recortes geográficos em todo o país.

Fonte: https://oimparcial.com.br/noticias/2025/11/pessoas-morando-sozinhas-crescem-e-casais-com-filhos-caem-diz-censo-2022/