O encerramento de 2025 traz consigo o tradicional período de revisão de metas e reorganização da vida financeira. Para os brasileiros que almejam iniciar 2026 com as contas no azul e patrimônio em crescimento, a receita dos especialistas é clara: planejamento antecipado e disciplina. Em um cenário econômico ainda pautado por taxas de juros elevadas, a organização define se o cidadão será o pagador ou o recebedor de rendimentos no sistema bancário.
De acordo com Cristina Helena Pinto de Mello, professora e pesquisadora da PUC-SP, o planejamento financeiro é, antes de tudo, uma escolha de posicionamento perante o mercado. Ela explica que os bancos atuam como intermediários que cobram caro de quem se desorganiza e remuneram quem consegue poupar. Na mesma linha, o professor Renan Silva, do Ibmec Brasília, enfatiza que a estabilidade depende da capacidade de antecipar despesas e identificar oportunidades de economia, preparando o orçamento para imprevistos.
O tripé da estabilidade: análise, metas e reserva
Para construir uma base sólida no próximo ano, o primeiro passo é realizar um diagnóstico honesto da renda, dívidas e investimentos atuais. Renan Silva considera “inegociável” a formação de uma reserva de emergência que cubra entre três e seis meses das despesas essenciais. Somente após essa proteção é que se deve avançar para metas específicas de consumo ou investimentos de maior risco.
Outro ponto destacado é o controle do poder de compra através do consumo consciente. Atitudes simples, como o cancelamento de assinaturas não utilizadas e a criação de “boletos para si mesmo” para quitar tributos de início de ano (como IPVA e IPTU) à vista, garantem descontos e evitam o endividamento por parcelamento.
Isenção do imposto de renda e novas oportunidades
A aguardada ampliação da faixa de isenção do Imposto de Renda para quem ganha até R$ 5 mil deve injetar fôlego extra no orçamento das famílias em 2026. Entretanto, especialistas alertam que, em um país onde 78% dos lares possuem dívidas, esse valor não deve ser direcionado ao consumo imediato. A recomendação é priorizar o pagamento de débitos atrasados ou simular a continuidade do pagamento do imposto, direcionando o montante mensal para aplicações financeiras.
Para quem busca aumentar o patrimônio, o Tesouro Direto e a poupança seguem como portas de entrada seguras, desde que o investidor conheça seu perfil (conservador, moderado ou arrojado) e diversifique as aplicações. Nos casos em que a renda principal é insuficiente, a economia digital — com e-commerce e serviços remotos — e nichos locais, como cuidado de pets, surgem como tendências para geração de renda extra.
Proteção do patrimônio e sucessão
Finalmente, a estratégia financeira deve incluir a blindagem do que já foi conquistado. Além de buscar ativos cobertos pelo Fundo Garantidor de Crédito (FGC), a professora Cristina de Mello sugere atenção ao planejamento sucessório.
A contratação de seguros de vida é apontada como uma ferramenta de liquidez para herdeiros, evitando que bens imóveis precisem ser vendidos às pressas para arcar com custos de inventário e impostos, garantindo a preservação do legado familiar.
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Fonte: https://oimparcial.com.br/noticias/2025/12/planejamento-estrategico-e-a-chave-para-equilibrio-financeiro-em-2026/
