4 de janeiro de 2025
Polícia investiga ameaça de agente à jornalista Natuza Nery
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A Polícia Civil de São Paulo instaurou um inquérito para apurar a acusação de que o policial civil Arcenio Scribone Junior ameaçou a jornalista Natuza Nery, da Globo News, na noite de 30 de dezembro, em um supermercado da capital paulista. A corregedoria da instituição assumiu a investigação.

Conforme a Secretaria da Segurança Pública do Estado de São Paulo (SSP), Natuza acionou a Polícia Militar por meio do 190 e tanto ela quanto o agente foram conduzidos até o 14° DP (Pinheiros), para o registro da ocorrência. Segundo informações da coluna da jornalista Mônica Bergamo, da Folha de S.Paulo, o homem teria dito que Natuza e a empresa para a qual trabalha são “responsáveis pela situação do país” e que pessoas como ela “merecem ser aniquiladas”.

“A corregedoria da instituição, assim que cientificada dos fatos, deslocou-se até a delegacia e assumiu as investigações, realizando diligências no estabelecimento em busca de imagens do ocorrido e eventuais testemunhas”, afirma a SSP. Uma investigação no âmbito administrativo também foi aberta contra o agente, podendo resultar no seu afastamento.

Levantamento realizado pela Associação Brasileira de Jornalismo Investigativo (Abraji) denuncia que até novembro do ano passado, foram registrados 71 casos de violência de gênero contra as jornalistas no Brasil. Ainda que este seja o menor índice desde o início do monitoramento, em 2021, a entidade salienta que as investidas continuam sendo graves e se dão por meio de discursos difamatórios e campanhas de descredibilização, que impactam a atuação e a segurança das profissionais.

Pela pesquisa, 43,6% dos ataques envolveram discursos estigmatizantes e 16,1% partiram de figuras públicas ou autoridades. Mulheres representam 97% das vítimas e 88,7% dos ataques são contra repórteres e analistas — principalmente as que fazem coberturas políticas.

A Abraji define a classificação de violência de gênero contra jornalistas aquela que é “marcada por insultos e ofensas baseados em sexualidade, orientação sexual, aparência e identidade de gênero”. “As mulheres avançaram na profissão, dentro das redações e conquistaram posições de destaque. Mas enfrentam ataques que buscam desacreditá-las e afastá-las dessas funções”, frisa Maiá Menezes, vice-diretora da Abraji.

A associação também identificou, na pesquisa de 2024, um aumento de denúncias relacionadas à violência virtual — o que inclui ataques por redes sociais e campanhas de difamação por meio de robôs.

*Fonte: Correio Braziliense

Fonte: https://oimparcial.com.br/noticias/2025/01/policia-investiga-ameaca-de-agente-a-jornalista-natuza-nery/