Polícia Rodoviária Federal no Maranhão: quase um século de presença e evolução nas estradas

A Polícia Rodoviária Federal (PRF) já iniciou os preparativos para celebrar seu centenário, a ser comemorado em julho de 2028. Criada em 1928, no governo de Washington Luís — que cunhou o lema “Governar é abrir estradas” — a instituição surgiu em um momento de grande inovação tecnológica, impulsionado pela popularização do automóvel. A então Patrulha de Estradas deu origem à PRF, que se expandiu por todo o território nacional ao longo das décadas.

Chegada ao Maranhão

No Maranhão, o primeiro posto da PRF foi inaugurado em 13 de dezembro de 1965, em Pedrinhas, no km 14 da BR-135, zona rural de São Luís. O jornal O Combate destacou a ocasião com o título: “Combate ao contrabando”. A solenidade contou com a presença de autoridades como o chefe do 15º Distrito Rodoviário Federal, engenheiro Américo de Jesus Costa, o diretor-geral do DNER, engenheiro Luiz Fachinetti, e o inspetor José Augusto Hummel, da Seção de Polícia. Pouco depois, foi instalada a segunda Unidade Operacional (UOP) no povoado São Francisco, km 84 da mesma rodovia.

Os primeiros passos

A primeira equipe da PRF no estado contava com apenas nove patrulheiros e uma viatura: um Jeep Willys 4×4. Em 1968, a chegada de uma nova turma elevou o efetivo a pouco mais de vinte agentes. O primeiro grande concurso ocorreu em 1970, e a primeira turma foi convocada no ano seguinte, com 40 agentes. Em seguida, mais 14 patrulheiros se juntaram ao grupo — apelidados de “Os 14 Mais”. Novas turmas chegaram em 1975, 1979 e 1986. Somente em 1994, já no governo Itamar Franco, foi realizado o maior concurso da história da PRF, com mais de 4 mil vagas, das quais 137 foram destinadas ao Maranhão. A turma de 1996 também foi resultado desse processo seletivo.

Naquele período, a malha rodoviária ainda era precária. A BR-135, por exemplo, tinha pista simples e pavimento bastante rudimentar.

Expansão pelo interior

Com o tempo, a PRF passou a marcar presença em pontos estratégicos do Maranhão, com novas unidades e delegacias em cidades como Caxias, Imperatriz, Bacabal, Santa Inês e Balsas. A construção da UOP de Caxias, na BR-316, começou com o reforço da turma de 1968, sendo seguida por outras em Peritoró e Barão de Grajaú. A turma de 1975 possibilitou a abertura de novas unidades em Santa Inês, Bacabal, Araguanã e Maracaçumé. A unidade de Imperatriz foi erguida no fim dos anos 1970, quando ainda não havia asfalto na BR-010. Aos poucos, novas UOPs surgiram em Açailândia, Buriticupu, Porto Franco e Vargem Grande, esta última desativada cerca de 15 anos após a inauguração.

Desafios e curiosidades

Nos anos 1960 e 1970, patrulhar estradas era tarefa desafiadora. Até 1970, o acesso à Ilha de São Luís era feito apenas pela ponte férrea Benedito Leite, inaugurada em 1928. A ponte de concreto Marcelino Machado só foi aberta naquele mesmo ano. A duplicação só veio em 2006. No trecho do Campo de Peris, atolamentos eram comuns e um trator ficava disponível para resgates em Peris de Baixo.

Outras peculiaridades marcaram a época: a maioria dos postos era iluminada por lampiões, e os veículos não eram obrigados a portar triângulo de sinalização — o equipamento exigido era justamente o lampião, com fósforos ou isqueiro. Até o fim dos anos 1970, o posto de Pedrinhas utilizava um gerador de energia que “avisava” o desligamento por volta das 23h, piscando as luzes antes de apagá-las completamente.

Legado de serviço e compromisso

A trajetória da PRF no Maranhão é marcada pela dedicação de seus agentes e pela constante evolução da instituição. De uma estrutura modesta com nove patrulheiros, a corporação cresceu, modernizou-se e mantém o compromisso de proteger vidas, fiscalizar rodovias e combater crimes em todo o território maranhense. Com quase 100 anos de existência no Brasil, a PRF continua a ser uma das instituições mais respeitadas do país.

^{*Fonte: gov.br}

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