22 de julho de 2025
Alimentos impulsionam economia do Maranhão
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Os preços da carne bovina nos Estados Unidos atingiram níveis recordes, com alta de quase 9% desde janeiro, segundo o Departamento de Agricultura. Em junho, o quilo chegou a US$ 9,26, enquanto os cortes de bife e carne moída subiram 12,4% e 10,3% em relação ao mesmo período do ano passado, conforme dados do índice de preços ao consumidor.

A expectativa é de que a pressão de alta nos preços se intensifique, impulsionada pela oferta limitada de gado, pela demanda aquecida e pela imposição de tarifas sobre importações. Como um dos maiores importadores de carne bovina, o país depende do comércio exterior para suprir o deficit entre produção interna e consumo.

Em 2024, os Estados Unidos foram o segundo maior destino da carne bovina brasileira, respondendo por 16,7% das exportações do setor — o equivalente a 532.653 toneladas e US$ 1,637 bilhão, segundo a Associação Brasileira de Frigoríficos (Abrafrigo). A tarifa adicional de 50% imposta aos produtos brasileiros, somada aos 36,4% já pagos atualmente, pode inviabilizar as exportações para o destino.

Além disso, os Estados Unidos enfrentam o menor ciclo pecuário em oito décadas e dependem da importação de proteína animal para suprir a demanda do mercado interno. O rebanho bovino caiu ao menor nível desde 1951, com cerca de 86,7 milhões de cabeças de gado e bezerros, resultado de anos de seca prolongada e dos altos custos de alimentação.

A carne brasileira exportada aos norte-americanos é, em sua maioria, proveniente de cortes do dianteiro do boi, usados na produção de hambúrgueres, prato típico e bastante popular no país. As tarifas tendem a aumentar os custos para os frigoríficos norte-americanos, que dependem da carne magra vinda de fora para misturá-la à carne mais gordurosa produzida no país.

“Os Estados Unidos estão no menor ciclo pecuário dos últimos 80 anos, e o Brasil exporta justamente o tipo de carne que eles mais usam na indústria de hambúrguer, cortes do dianteiro, que a gente consome pouco por aqui, mas que têm bastante importância econômica para eles”, disse o presidente da Associação Brasileira das Indústrias Exportadoras de Carnes (Abiec), Roberto Perosa.

A alta dos preços da carne já é comparada à crise dos ovos, que bateram recordes de preço durante o surto de gripe aviária. Desde então, os valores recuaram com o controle da doença e a recuperação da oferta pelos produtores.

Segundo Pedrosa, é preciso levar a importância das importações de produtos brasileiros para a mesa de negociação para baixar as tarifas. “Então é levar esse peso para a mesa de negociação, para tentar ou uma prorrogação ou até reverter a decisão. Hoje a carne brasileira já entra com uma taxa de mais ou menos 36%. Com mais 50%, fica praticamente inviável continuar exportando.”

*Fonte: Correio Braziliense

Fonte: https://oimparcial.com.br/politica/2025/07/preco-da-carne-bovina-bate-recorde-nos-eua-em-meio-a-tarifaco/