Prefeito de Pedro do Rosário culpa tarifas de Trump por não pagar retroativos a professores

Em um episódio que chamou atenção tanto pelo inusitado quanto pela falta de respaldo prático, o prefeito de Pedro do Rosário, Toca Serra (PCdoB), utilizou a política econômica do ex-presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, como justificativa para não cumprir um acordo firmado com servidores da educação do município.

O gestor havia se comprometido com os profissionais da rede municipal de ensino a pagar valores retroativos referentes a promoções e progressões já concedidas. O combinado era que a quantia fosse incluída na folha salarial de julho deste ano. No entanto, o pagamento não foi realizado.

Em ofício enviado ao sindicato da categoria, Toca Serra afirmou que a situação financeira do município poderia ser prejudicada por medidas tarifárias impostas por Trump, que, segundo ele, teria estabelecido uma tarifa de 50% sobre produtos brasileiros exportados para os Estados Unidos.

“A realidade financeira e orçamentária do município poderá sofrer drástica alteração em decorrência da política tarifária implantada pelos Estados Unidos. Como é sabido, o presidente Trump determinou tarifa de 50% sobre todos os produtos brasileiros importados pelos EUA. Considerando a possibilidade de queda na arrecadação federal e de redução nos repasses aos municípios, a administração optou, por prudência, adiar o pagamento do retroativo dos servidores até que o cenário internacional melhore”, justificou o prefeito no documento.

A explicação, além de fora de contexto, foi considerada sem fundamento por especialistas e membros do sindicato. A medida econômica citada não possui efeito imediato sobre a economia maranhense nem influencia diretamente, no curto prazo, os repasses do Fundo de Participação dos Municípios (FPM), principal fonte de receita de cidades do interior.

Representantes sindicais classificaram a justificativa como absurda e acusaram o gestor de descumprir um compromisso firmado. “É uma desculpa sem sentido. O prefeito está tentando atribuir a um cenário internacional hipotético a responsabilidade por algo que ele prometeu e não cumpriu”, afirmou um servidor municipal.