16 de março de 2025
“Que golpe é esse que tenho que provar que não
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O ex-presidente Jair Bolsonaro afirmou aos seus apoiadores, neste domingo (16/3), durante o ato a favor da anistia em Copacabana (RJ), que uma eleição sem ele como candidato nega a democracia brasileira. Bolsonaro também desafiou que seus opositores os vençam nas urnas e afirmou que o Tribunal Superior Eleitoral (TSE) será isento em 2026. A presidência do TSE funciona com rodízio dos ministro do Supremo Tribunal Federal (STF).

A previsão é que em 2026 o presidente do TSE seja Kassio Nunes Marques e o vice André Mendonça, ambos indicações de Bolsonaro para o STF. “Eleições sem Bolsonaro é negar a democracia no Brasil. Se eu sou tão ruim assim, me derrote. E uma esperança para nós: o Tribunal Superior Eleitoral (TSE) no ano que vem será isento, diferente daquele que conduziu as eleições em 2022”, disse.

Em seu discurso, o ex-presidente falou sobre diversos assuntos e um deles foi sobre o presidente do PSD, Gilberto Kassab. De acordo com Bolsonaro, o problema foi resolvido e Kassab irá apoiar a provação do Projeto de Lei (PL) da anistia no Congresso Nacional. “Eu inclusive, há poucos dias, tinha um velho problema, e resolvi com o Kassab em São Paulo. Ele está ao nosso lado e com a sua bancada para aprovar a anistia em Brasília. Todos os partidos estão vindo”, disse aos seus apoiadores.

Além disso, Bolsonaro atacou o partido, PT, afirmou que o Nordeste não é a melhor região do país por causa do partido dos trabalhadores. “Qual deveria ser, politicamente falando, a melhor região do Brasil, a mais próspera, com mais igualdade, oportunidade, amor? Tinha que ser, respeitosamente, o nosso Nordeste. E por que não é? Porque o PT está há 20 anos lá, roubando nordestino, sonegando educação para eles”, disse. Também atacou o atual governo, insinuando que a suposta tentativa de golpe foi uma narrativa criada pela oposição.

“O que eles querem aqui no Brasil é fazer igual na Venezuela. Quando a inelegibilidade está ameaçada para eles, inventam uma historinha de golpe. Que golpe foi esse que eu tenho que provar que não dei? Tem que ser ao contrário, eles tem que provar que eu tentei. E só não foi perfeito, essa historia de golpe para eles, porque eu estava nos Estados Unidos, porque se eu estivesse aqui, estaria preso até hoje, morto por eles. Eu vou ser um problema para eles, preso ou morto. E não vai ser uma pessoa que vai me derrotar, que vai me intimidar”, avisou.

As críticas foram até os ministros de Lula, inclusive o ministro Carlos Fávaro (PSD), integrante do partido de Kassab. Bolsonaro culpou o ministro da agricultura pelo altos preços no país. “Dá para comparar na infraestrutura o atual ministro do PT com o Tarcísio de Freitas? Aquele ministro taradão, quem diria, ministro dos direitos humanos, dá pra comparar com a Damares? Dá pra comparar o atual da agricultura, que está fazendo o preço explodir pelo Brasil com a Tereza Cristina? Na economia dá pra comparar o Haddad com o Paulo Guedes? Dá para comparar a Janja com a Michele?”

Rusga com Moraes

Apesar de críticas pontuais ao atual governo, quem mais sofreu acusações e ataques durante o discurso de Bolsonaro na manifestação foi o ministro do STF Alexandre de Moraes. Bolsonaro citou as investigações e acusações do ministro contra ele. “Todos os inquéritos do Alexandre de Moraes são secretos, ninguém pode saber o que está ali. Ele começou a investigar o presidente da República em julho de 2021, a PF não pode investigar presidente e não tinha um fato definido. É um inquérito secreto, originado de um outro do fim do mundo. Nos acompanhava 24 horas por dia. O que eles queriam? Minar a presidência da república, não queriam que a gente continuasse e houve sim mão pesada do Moraes nas eleições em 2022”, falou.

O ex-presidente ainda questionou que democracia é esse que o Brasil vive e o ministro defende. “Esses que fizeram esse trabalho dizem: salvamos a democracia. Essa democracia que está vivendo com a prisão de inocentes, com a tortura de depoentes, com ameaça de censurar as mídias sociais, sem liberdade de expressão não tem democracia. Não é fácil, alguns querem rapidez, mas creio que o que está acontecendo, vai servir de musculatura para todos para que nós brevemente possamos dizer aqui no Brasil: Eu vivo em um pais democrático. E quem tem que dizer o que pode ou não ser feito é o povo brasileiro”, defendeu.

Bolsonaro também lembrou de Clesão, a esposa e as filhas, do detendo falecido na Papuda enquanto cumpria a pena pelo 8 de janeiro, abraçaram o ex-presidente enquanto ele acusava Moraes de ter culpa em sua morte. “Tendo em vista a decisão de alguém que devia usar sua caneta para fazer justiça e que por três vezes negou a liberdade dos castigos para ser tratado dignamente. O Clesão acabou falecendo dentro do presídio em Brasília, é inadmissível isso aí, e por uma questão pessoal, luta pelo poder, eles não derrotaram e nem derrotarão o bolsonarismo”, bradou abraçado à viúva.

*Fonte: Correio Braziliense

Fonte: https://oimparcial.com.br/politica/2025/03/que-golpe-e-esse-que-tenho-que-provar-que-nao-dei-questiona-bolsonaro-no-rj/