A poucos quilômetros de São Luís, o município de Raposa encanta visitantes com suas belezas naturais, culinária marcante e o som característico dos bilros que, há quase oito décadas, transformam fios em arte. O acesso é simples: são 28 km pela MA-203, em um trajeto de cerca de 40 minutos de carro. Logo na chegada, o Corredor das Rendeiras recebe os turistas com o colorido das rendas e o talento das artesãs locais.
Mais do que um ofício, a renda de bilro é símbolo de identidade e sustento para dezenas de mulheres da Raposa. Cada ponto bordado carrega séculos de tradição transmitida entre gerações, transformando o trabalho manual em herança cultural viva.
Esse legado ganhou novo fôlego com o reconhecimento oficial do Governo do Maranhão. Em 2024, foram sancionadas as leis que declaram Raposa como a Terra do Artesanato Renda de Bilro e elevam a renda de bilro à condição de Patrimônio Cultural de Natureza Imaterial do estado.
“Apoiar os profissionais do artesanato é uma prioridade. Garantimos participação em feiras e eventos nacionais, ampliando a comercialização e conquistando novos mercados. Esse apoio é fundamental para que a renda de bilro continue viva, gerando renda e fortalecendo nossa cultura”, afirmou a secretária de Turismo, Socorro Araújo.
A história das rendeiras se entrelaça com a criação da Associação das Rendeiras da Praia da Raposa, fundada em 1980 por mulheres que decidiram enfrentar atravessadores e vender diretamente suas produções. Hoje, cerca de 50 artesãs trabalham diariamente no local, mantendo a tradição e conquistando autonomia financeira.
“A vida gera renda. Quando termino uma peça e vejo a satisfação do cliente, sinto que todo o esforço valeu a pena. A associação nasceu da coragem de mulheres que não aceitaram a desvalorização e permanece viva até hoje”, contou Marilene Marques, presidente da associação.
O Centro de Comercialização de Produtos Artesanais do Maranhão (Ceprama) também se tornou vitrine importante para as peças da Raposa. Lá, o visitante encontra o trabalho original das rendeiras, valorizando o artesanato e levando para casa um pedaço da cultura maranhense.
“O Ceprama abriu portas para que nossas peças chegassem a um público maior. Com o apoio do Estado, participamos de feiras como a Fenearte e o Salão do Artesanato, mostrando o valor da renda de bilro do Maranhão”, disse a artesã Maria Celeste.
Patrimônio vivo do Maranhão
O reconhecimento tem gerado resultados concretos. Em 2025, a participação das rendeiras em eventos nacionais resultou na comercialização de 477 peças e na geração de R$ 42,3 mil em negócios, beneficiando diretamente dezenas de famílias.
Para a coordenadora estadual do Programa do Artesanato Brasileiro (PAB), Liliane Castro, o trabalho das rendeiras é mais do que arte:
“Elas são artistas e símbolos de resistência cultural. Com o apoio das políticas públicas, a renda de bilro segue firme, perpetuando uma tradição que é patrimônio e orgulho do Maranhão.”
Além do artesanato, Raposa encanta com paisagens que incluem as chamadas “fronhas maranhenses” — formações de dunas e lagoas que lembram os Lençóis Maranhenses. Os passeios partem diariamente da praia, com paradas para banho, fotos e degustação de petiscos típicos.
Na gastronomia local, o visitante encontra pratos como peixe frito, torta de camarão e o tradicional arroz de cuxá, servidos à beira-mar.
Visitar Raposa é vivenciar uma experiência completa: natureza, sabores e história. A renda de bilro, mais que um souvenir, é símbolo da força feminina e da arte que costura o passado, o presente e o futuro do Maranhão.
No dia 10 de novembro, aniversário da cidade, Raposa celebra sua trajetória de fé, trabalho e criatividade, reafirmando o orgulho de ser um dos destinos turísticos mais encantadores do estado.
*Fonte: GOVMA
Fonte: https://oimparcial.com.br/noticias/2025/11/raposa-celebra-tradicao-e-cultura-com-a-renda-de-bilro-simbolo-da-arte-maranhense/
