10 de setembro de 2025
Professores da UFMA anunciam greve geral a partir do próximo
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Um em cada quatro estudantes brasileiros abandona o curso em que está matriculado no ensino superior depois do primeiro ano. É o que adverte o relatório Education at a Glance (EaG) 2025, elaborado pela Organização para a Cooperação e o Desenvolvimento Econômico (OCDE), que reúne informações sobre matrículas, desempenho e estrutura educacional em 38 países-membros e parceiros — entre eles o Brasil.

O abandono no ensino superior no país é mais elevado do que no restante da OCDE. Entre os ingressantes, 25% deixam o curso depois do primeiro ano, enquanto a média dos demais países é 13%. Mesmo após três anos do prazo regular de conclusão, apenas 49% dos estudantes terminam a graduação — a média internacional chega a 70%. Com o resultado, só 24% dos brasileiros de 25 a 34 anos completam o ensino superior, percentual que corresponde a quase metade da média da organização, de 49%. O relatório aponta que as altas taxas de evasão no Brasil podem estar relacionadas à falta de orientação profissional e de suporte aos novos ingressantes no ensino superior.

No Brasil, 53% das mulheres concluem o bacharelado no prazo esperado ou em até três anos depois do término previsto, contra 43% dos homens. Essa diferença de nove pontos percentuais entre os gêneros masculino e feminino é menor que a média da OCDE — de 12 pontos.

Outro dado recolhido pelo relatório é que, enquanto a mobilidade estudantil cresce na maioria dos países, no Brasil permanece praticamente estagnada. Entre 2018 e 2023, a média da OCDE de estudantes internacionais passou de 6% para 7,4% do total, mas, no Brasil, ficou em apenas 0,2%.

Segundo o levantamento, brasileiros entre 25 e 64 anos com diploma de ensino superior recebem remunerações, em média, 148% maior do que aqueles que concluíram apenas o ensino médio. O percentual supera a média da OCDE, de 54%. Apenas a Colômbia (150%) e a África do Sul (251%) apresentam diferença maior.

O relatório aponta outro desafio: quase um quarto (24%) dos brasileiros de 18 a 24 anos não estuda nem trabalha, um índice acima da média da OCDE, de 14%. Nessa condição, estão 29% das mulheres contra 19% dos homens.

A OCDE indica que, em 2022, o Brasil investiu pouco em educação. Segundo o levantamento, foram gastos US$ 3.765 por aluno no ensino superior, o que corresponde a aproximadamente R$ 20 mil — a média entre os países da organização é de US$ 15.102, em torno de R$ 80 mil. Porém, o Instituto Nacional de Estudos e Pesquisas Educacionais Anísio Teixeira contesta os dados da OCDE e afirma que estão equivocados, tanto que solicitou uma revisão dos números. De acordo com Cristyne Carvalho, coordenadora de Estatística Internacional Comparada do Inep, a metodologia da pesquisa feita pela OCDE divide o gasto total por todos os alunos do ensino superior, sejam eles de universidades públicas ou particulares. A distorção nos dados estaria no fato de que o governo brasileiro não computa investimentos para instituições privadas.

Apesar de ter foco no ensino superior, o relatório também divulgou os investimentos públicos em escolas de ensino básico e mostra a disparidade entre as duas etapas do ensino. O Brasil destina três vezes menos que os países “ricos” na educação básica.

Retrato preocupante

» Brasileiros com diploma universitário ganham 148% a mais do que quem tem apenas ensino médio (média da OCDE: 54%).

» 25% abandonam a graduação no primeiro ano (média da OCDE: 13%).

» Apenas 49% concluem o curso mesmo após três anos do prazo regular (média da OCDE: 70%).

» Só 24% dos jovens de 25 a 34 anos finalizam o ensino superior (média da OCDE: 49%).

» 94,9% dos adultos brasileiros com diploma têm apenas graduação (média da OCDE: 47,4%).

» O Brasil tem apenas 14% de jovens com mestrado (média da OCDE: 16,5%).

» Apenas 29% dos doutores atuam nas áreas de ciência, tecnologia, engenharia e matemática (STEM) (média internacional: 43%).

» A proporção de estudantes estrangeiros no Brasil permanece em 0,2% (na OCDE, passou de 6% [2018] para 7,4% [2023]).

» 33% do corpo docente acadêmico tem 50 anos ou mais (média da OCDE: 40,7%).

» 24% dos jovens de 18 a 24 anos estão sem estudar nem trabalhar (média da OCDE: 14%).

* Fonte: Correio Braziliense

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Fonte: https://oimparcial.com.br/noticias/2025/09/relatorio-aponta-que-25-dos-alunos-brasileiros-deixam-universidade-depois-do-primeiro-ano/