O setor de táxis é um mercado que exerce um dos trabalhos mais antigos e fundamentais para a sociedade atual, o transporte. Abrangendo uma ampla quantidade de profissionais atuantes na profissão, os taxistas operam na cidade de São Luís há décadas, mas o setor enfrenta uma queda significativa em relação à adesão de novos motoristas registrados para a profissão, segundo Alan Câmara, diretor da Cooperativa Táxi União.
Ele, que atua no setor há pelo menos 27 anos, destaca que “quando a pessoa tem a oportunidade em trabalhar com transporte, ele primeiro pensa em alugar um carro e trabalhar de Uber”. Além disso, Alan enfatiza que “hoje as cooperativas que sobreviveram estão aderindo a colocar novos cooperados não só taxistas, mas também aqueles que possuem seu próprio carro de uso particular”.
Para ele, o processo para que um motorista adquira sua permissão de táxi precisa ser burocrático, pois as regulamentações para realização de cadastro devem assegurar efetivamente a adesão de profissionais que realmente atuem ou queiram atuar no setor.
Burocracia causa efeito prejudicial no setor
Já para Renato Medeiros, presidente do Sindicato dos Taxistas e Caminhoneiros de São Luís, a alta burocracia no registro de novos motoristas causa um efeito prejudicial no setor, dificultando e desestimulando aqueles que desejam ingressar ou continuar na profissão.
Renato destaca também a importância de possibilitar novas permissões para os motoristas chamados “Defensores” ou “Auxiliares” que durante muito tempo, atuam no setor com a condição de pagar renda ao proprietário do veículo que possui permissão ou placa vermelha.
Definido por meio de cálculo estabelecido pela Lei Nº 248 de 2013, estima-se que o quantitativo de táxis que deveriam operar na capital maranhense corresponde a 3.144 veículos. No entanto, atualmente a cidade de São Luís conta com cerca de 2.347 taxistas registrados na Secretaria de Trânsito e Transportes (SMTT).
Máfia das Placas
Segundo investigação realizada pelo Ministério Público do Maranhão (MPMA), a quantidade atual de taxistas que possuem registro, revela uma discrepância em relação ao número de profissionais atuantes no mercado, evidenciando uma possível prática antiética do fornecimento irregular de permissões fraudulentas.
Ainda conforme a investigação, de 2020 até o ano atual, cerca de 10 mil veículos foram adquiridos com isenção de impostos destinadas aos taxistas, sendo que 35% de tais compras apresentam indícios de fraudes no emplacamento, revelando assim um possível proveito imoral do benefício para uso próprio em compra de veículos sem a intenção de exercer a profissão.
No Maranhão, coronéis, tenentes-coronéis, majores e capitães formam uma lista de 27 oficiais envolvidos no esquema da máfia das placas. Em relação apenas a servidores públicos, o MP afirma que mais de 1.000 veículos rodam a cidade de São Luís com permissões irregulares.
Obrigatórias em automóveis utilizados para aprendizagem e transporte remunerado de cargas e pessoas, as placas vermelhas cooperam com a identificação destes veículos e fornecem direitos para os taxistas como a isenção de IPVA, além de simbolizar também um desconto significativo na compra de veículos adquiridos por motoristas que possuem o Registro Nacional de Transportadores Rodoviários de Cargas (RNTRC).
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Fonte: https://oimparcial.com.br/noticias/2025/01/sao-luis-possui-poucos-taxistas/