Secretária de Inovação e Sustentabilidade de São Luís permanece em Israel

O Imparcial apurou que, mesmo após a autorização do governo israelense para a saída terrestre de uma comitiva de prefeitos, secretários e parlamentares brasileiros, a secretária municipal de Inovação, Sustentabilidade e Projetos Especiais de São Luís, Verônica Pires, permanece em Israel e ainda não foi incluída no grupo que será escoltado até a Jordânia nesta segunda-feira (16). A medida ocorre em meio à escalada do conflito entre Israel e Irã, que se intensificou nos últimos dias com ataques aéreos em ambos os territórios.

Verônica Pires está na cidade de Kfar Saba, ao norte de Tel Aviv, onde participa de uma missão técnica voltada à troca de experiências nas áreas de desenvolvimento urbano, segurança, agricultura e tecnologia. Em vídeo publicado nas redes sociais, o prefeito Eduardo Braide confirmou que a secretária está em segurança, alojada em uma universidade local com estrutura de abrigo. “Ela encontra-se no alojamento onde está hospedada com outros brasileiros, em segurança. Estamos em tratativas com o Itamaraty para garantir o seu retorno em segurança ao Brasil”, declarou Braide.

Autoridades brasileiras devem ir para Jordânia 

A situação da secretária maranhense difere do restante da comitiva, que inclui 19 autoridades de municípios de 11 estados brasileiros. A maioria já se prepara para cruzar a fronteira por terra rumo à Jordânia, onde aviões da Força Aérea Brasileira (FAB) aguardam para concluir o resgate. O transporte terrestre foi articulado após três dias de bloqueio no espaço aéreo israelense. O acordo contou com negociações envolvendo o senador Carlos Viana (Podemos-MG), o Ministério das Relações Exteriores, a Embaixada de Israel no Brasil e o governo da Jordânia.

A ministra das Relações Institucionais, Gleisi Hoffmann, também confirmou o suporte jordaniano. “O governo da Jordânia já disponibilizou segurança para recebê-los na fronteira, caso Israel autorize a viagem por terra com segurança”, afirmou, após contato com autoridades brasileiras e estrangeiras.

Enquanto parte da delegação se dirige à Jordânia, Verônica Pires permanece em Kfar Saba, onde está abrigada nas instalações do Beit Berl College, um campus universitário equipado com estrutura de proteção contra ataques aéreos. Em comunicado, a secretária relatou que está segura e que segue acompanhando as movimentações para uma eventual retirada. “Estamos em uma universidade, e o nosso alojamento tem um abrigo, uma espécie de bunker”, afirmou.

A delegação brasileira em Israel se divide em dois grupos convidados pelo Ministério das Relações Exteriores israelense: um deles formado por representantes do Consórcio Brasil Central, e outro composto por prefeitos, vice-prefeitos e altos funcionários municipais. O objetivo da missão, interrompida pelo conflito, era promover cooperação bilateral e conhecer práticas aplicadas em cidades inteligentes e resilientes.

Os bombardeios entre Israel e Irã têm causado tensão internacional. A ofensiva teve início na última sexta-feira (13), quando Israel lançou ataques aéreos em território iraniano. Desde então, dezenas de mísseis foram disparados dos dois lados. O Exército israelense confirmou neste domingo (14) que bombardeou alvos estratégicos no oeste do Irã, enquanto os iranianos responderam com lançamentos de mísseis balísticos contra cidades israelenses.

Conflito já fez vítimas fatais 

Até o momento, o conflito já deixou 224 mortos no Irã e 14 em Israel, além de dezenas de feridos. Sirenes de ataque aéreo continuam a ser acionadas em diversas regiões israelenses, incluindo o norte, centro e parte do sul do país. Jatos israelenses também atingiram reservatórios de combustível e estruturas de lançamento de mísseis em solo iraniano, elevando o grau de instabilidade no Oriente Médio. Em meio ao cenário de guerra, brasileiros que estavam em Israel para o evento oficial precisaram buscar refúgio em bunkers e abrigos subterrâneos. A movimentação para evacuação de parte dos participantes é considerada estratégica e sensível, e o governo brasileiro, por meio da FAB e do Itamaraty, monitora o avanço da situação para garantir o retorno de todos os cidadãos nacionais com segurança.  O caso de Verônica Pires segue sendo acompanhado de perto pelas autoridades federais e pelo município de São Luís, enquanto o grupo principal já iniciou a operação de retirada.

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