O Seminário Movimento Cultura reafirmou o compromisso de fortalecer os territórios criativos e as expressões culturais locais, promovendo reflexões sobre como impactar positivamente o público e estimular novas formas de atuação e criação coletiva. Realizado em Açailândia, o encontro reuniu artistas, produtores, pesquisadores e representantes de diferentes iniciativas culturais, em uma programação que combinou debates, oficinas e apresentações artísticas.
O evento integrou o projeto Movimenta Cultura, realizado pelo Ateliê 22, com patrocínio do Instituto Cultural Vale, por meio da Lei Federal de Incentivo à Cultura, em parceria com o Instituto Tatajuba.
A abertura foi conduzida pelo curador do Museu do Amanhã (RJ), Fábio Scarano, com a palestra “Território, Cultura e os Amanhãs”. De forma sensível e próxima do público, Scarano destacou a importância de pensar o presente como base para a construção de futuros mais sustentáveis.
“O evento Movimenta Cultura funcionou pra mim como um curso intensivo em cultura maranhense. Cobriu aspectos que vão das diferentes manifestações artísticas e culturais até os mecanismos de gestão e produção, inclusive suas repercussões no turismo. O conjunto revelou uma curadoria cuidadosa e amorosa, e o resultado final foi chegar ao fim do dia com um sentimento de esperança e fé em dias melhores pra cultura. Queria aproveitar e dar os parabéns para Lena Cunha, pela curadoria, e para Solanda Steckelberg e toda a equipe do Centro Cultural Tatajuba pela produção e concepção”, destacou Fábio Scarano.
Ao longo do dia, duas mesas potentes trouxeram experiências diversas e inspiradoras. Entre as convidadas, Dane de Jade, atriz, pesquisadora e fundadora da ONG Beatos (CE), participou da mesa “Culturas Locais: Raízes Criativas e Identidade Territorial”, ao lado da gestora cultural e fundadora do Instituto Tatajuba, Solanda Steckelberg, e da turismóloga Sandra Miranda Rodrigues.
Na sequência, a mesa “Festas e Comunidades Criativas” contou com o produtor cultural André Lobão e a turismóloga Nadir Cruz, gestora do tradicional Boi da Floresta, sediado no bairro Liberdade, em São Luís. Juntos, discutiram como as celebrações populares impulsionam a economia e reforçam os vínculos comunitários.
“O Seminário Movimenta Cultura teve como prioridade refletir sobre como impactar positivamente o público local — um grande desafio ao idealizar uma curadoria que dialogasse com diferentes linguagens e perspectivas, especialmente quando tratamos de um tema tão relevante como os territórios criativos, lugares de atuação e criação de cada uma das pessoas presentes. Ao final, nossa percepção foi muito positiva. Essa avaliação vem, em grande parte, do conjunto das falas dos convidados”, avaliou Lena Cunha, curada do Seminário Movimenta Cultura, gestora cultural, professora, doutora em Artes, mestre em Educação e especialista em Planejamento e Gestão Cultural.
O evento também foi contemplado por apresentações artísticas representativas de Açailândia, com o Ballet Folclórico de Açailândia, o Grupo de Teatro Pequena Flor e Xìco Crùz, que levaram ao palco expressões locais e fortaleceram a identidade cultural da cidade.
Outro destaque foi a culminância da oficina “Território e Cultura”, conduzida pela cientista social Chica Prates, que mobilizou o público para a criação do Mapa Afetivo e do Varal de Bandeiras da Cultura, finalizando com a leitura de um manifesto cultural coletivo.
“Os territórios criativos são tecidos por pessoas e memórias. A cultura é o que mantém vivas essas conexões e o que inspira o cuidado com as comunidades e com o planeta”, ressaltou Solanda Steckelberg, fundadora do Instituto Tatajuba.
Com presença expressiva e participativa do público, o seminário consolidou-se como um espaço de troca, escuta e cocriação.
“Encerramos com a certeza de que encontros presenciais e sensíveis são fundamentais diante das realidades locais e mundiais desafiadoras que enfrentamos”, completou Lena Cunha.
O II Seminário Movimenta Cultura reafirmou, assim, o papel transformador da arte e da cultura como motores de desenvolvimento humano e territorial, fortalecendo as redes criativas e colaborativas no Maranhão e em todo o Nordeste. Trajetória do Movimenta Cultura.

Em sua primeira edição, de abril de 2023 a março de 2024, o projeto Movimenta Cultura realizou 61 oficinas voltadas à Gestão Cultural, circulando por 34 localidades, em 5 estados (Amazonas, Pará, Maranhão, Minas Gerais e Espírito Santo). Na edição de 2024, foram sete oficinas presenciais no Maranhão e no Pará, uma oficina online com aulas ao vivo e o Seminário Territórios Criativos, com eventos em São Luís (MA) e em Canaã dos Carajás (PA). Como desdobramento, ocorreu ainda um bate-papo online aberto ao público, apresentando estudo de caso sobre cultura e criatividade enquanto ferramentas de transformação social e econômica. Ao todo, entre 2023 e 2024, o Movimenta Cultura certificou mais de 1.300 pessoas.
Em 2025, o projeto fortalece seu propósito, ampliando a rede de conhecimentos, troca de experiências e oportunidades voltadas para a elaboração de projetos culturais. Além de oficinas presenciais no Maranhão e no Pará, lançou o Ciclo de Formação 100% Digital e Gratuito, que pode ser acessado pelo site movimentacultura.com.br e que disponibiliza o ROBOIZINHO, assistente de inteligência artificial especialista em Lei Rouanet. Itinerante e gratuito, o Movimenta Cultura é viabilizado pela Lei Federal de Incentivo à Cultura, com patrocínio do Instituto Cultural Vale, em parceria com o Instituto Tatajuba e realização do Ateliê 22, Ministério da Cultura e Governo do Brasil – Do lado do povo brasileiro.
Sobre o Instituto Cultural Vale
O Instituto Cultural Vale acredita que a cultura transforma vidas. Por isso, patrocina e fomenta projetos em parcerias que promovem conexões entre pessoas, iniciativas e territórios. Seu compromisso é contribuir com uma cultura cada vez mais acessível e plural, ao mesmo tempo em que atua para o fortalecimento da economia criativa. Desde a sua criação, em 2020, o Instituto Cultural Vale já esteve ao lado de mais de mil projetos em 24 estados e no Distrito Federal, contemplando as cinco regiões do país. Dentre eles, uma rede de espaços culturais próprios, patrocinados via Lei Federal de Incentivo à Cultura, com visitação gratuita, identidade e vocação únicas: Memorial Minas Gerais Vale (MG), Museu Vale (ES), Centro Cultural Vale Maranhão (MA) e Casa da Cultura de Canaã dos Carajás (PA). Onde tem Cultura, a Vale está.
Fonte: https://oimparcial.com.br/entretenimento-e-cultura/2025/11/seminario-movimento-cultura-evidencia-a-forca-dos-territorios-criativos-e-o-protagonismo-local/
