28 de junho de 2025
Silicone aos 15? Influenciadoras teen encaram o bisturi e acendem
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A decisão de colocar prótese de silicone nos seios ainda na adolescência tem movimentado as redes sociais e dividido opiniões. Aos 15 anos, influenciadoras como Antonela Braga e Duda Guerra, que quebraram a bolha teen recentemente após a polêmica envolvendo Benício, filho de Luciano Huck e Angélica, já passaram pela cirurgia e compartilharam tudo com seus milhões de seguidores, gerando uma onda de repercussões, entre aplausos e críticas.

Mas, afinal, até que ponto uma adolescente pode decidir sobre uma intervenção estética permanente? Quando é seguro ou exagerado?

Para o Dr. Luiz Haroldo Pereira, cirurgião plástico com mais de 40 anos de experiência e ex-presidente da SBCP, essa não é a melhor idade para uma intervenção estética. 

“Já atendi muitas jovens de 15, 16 anos, mas, de modo geral, essa não é a idade ideal para colocar silicone. Só em situações muito específicas”, afirma o cirurgião. “O mais seguro é esperar até os 17 ou 18 anos, quando o corpo está mais formado e a paciente tem mais maturidade para tomar essa decisão.”

No entanto,  segundo o médico, o assunto precisa ser tratado com seriedade, e não apenas com julgamentos ou idealizações estéticas e outros fatores como saúde mental e emocional também devem ser considerados.

“Muitas meninas jovens sofrem por ter seios muito pequenos ou assimétricos. Isso pode causar baixa autoestima, vergonha, até isolamento social. A cirurgia pode, sim, ser uma solução — mas só quando há indicação médica real e acompanhamento psicológico. Não é só sobre vaidade: é saúde emocional também.”

O ponto é que, segundo o médico, existem fatores além da estética que podem justificar a cirurgia precoce, condições clínicas que justificam a intervenção antes dos 18 anos, como:

  • Mama tuberosa: alteração no formato das mamas, que se desenvolvem de forma anormal e muitas vezes causam constrangimento.
  • Assimetria mamária acentuada: quando há diferença visível entre os dois seios, afetando autoestima e bem-estar.
  • Hipoplasia mamária: mamas que não se desenvolvem durante a puberdade.

“Nesses casos, a cirurgia pode ter um impacto positivo na autoestima e na qualidade de vida da paciente. Mas mesmo assim, o procedimento deve ser acompanhado de orientação médica, psicológica e consentimento dos pais ou responsáveis”, reforça o cirurgião.

Segundo dados da International Society of Aesthetic Plastic Surgery (ISAPS), o Brasil é um dos líderes mundiais em cirurgias plásticas realizadas em adolescentes, ao lado de países como os Estados Unidos e o México. Em 2022, o país registrou cerca de 97 mil procedimentos em pacientes com menos de 18 anos. Entre os mais populares estão rinoplastia (nariz), lipoaspiração e mamoplastia (aumento ou redução dos seios).

O impacto das redes sociais na construção da autoestima de adolescentes é um fator central nessa discussão. Influenciadoras jovens vivem sob os holofotes digitais, muitas vezes submetidas a comparações e pressões estéticas intensas.

“A menina vê as amigas com mais seio, começa a se sentir inadequada. A falta de mama pode ser tão desconfortável quanto o excesso. O problema é quando a decisão vem só pela pressão estética, sem amadurecimento ou respaldo médico”, alerta o médico.

O cirurgião ressalta que o procedimento precisa ser personalizado e proporcional ao corpo da paciente. “Colocar uma prótese muito grande em uma menina muito jovem é um erro. Fica artificial, desarmônico e pode causar problemas futuros. Cada corpo tem um limite.”

E mesmo quando tudo é feito corretamente, a decisão exige responsabilidade. “A prótese vai acompanhar essa pessoa por muitos anos. É preciso saber exatamente o que se está fazendo.”

Fonte: https://oimparcial.com.br/noticias/2025/06/silicone-aos-15-influenciadoras-teen-encaram-o-bisturi-e-acendem-alerta-sobre-vaidade-precoce/