22 de setembro de 2024
Compartilhe:

O agora eterno Silvio Santos faleceu neste sábado (17), aos 93 anos. Na repercussão internacional de sua morte diversos nomes – projetados no Brasil através de iniciativas suas – prestaram homenagens na web.

Em sua página oficial no X, Florinda Meza – a Dona Florinda – agradeceu a Silvio Santos por ter trazido o universo de Chespirito ao país, onde os humorísticos se tornaram cult. Já Thalia repostou uma lembrança de fãs brasileiros no Instagram, em que Silvio a entrevista no final dos anos 1990. A atriz Gabriela Spanic – estrela de A Usurpadora – mandou condolências aos Abravanel e à emissora que a reexibe até hoje no papel das gêmeas opostas.

A rede argentina Telefé também prestou homenagem a Silvio em um comunicado oficial. Com a emissora, o empresário iniciou parceria na produção da versão brasileira de Chiquititas, em 1997.

Silvio Santos apresenta as suas Chiquititas ao público brasileiro em 1997: escolha por preservar títulos originais era a aposta do apresentador e empresário para atrair atenção. E deu certo. Créditos – SBT/Reprodução

Chaves e dramalhões como os citados se tornaram cultura pop no Brasil — graças às costumeiras apostas de Silvio Santos em formatos e produções estrangeiras, o que se tornou característica marcante do SBT.

Confira abaixo estes e outros sucessos importados pelo Homem do Baú, que se tornaram parte do imaginário brasileiro:

Chaves e toda a franquia de Chespirito

Com uma diferença de apenas quatro dias entre as estreias, o SBT começou a exibir Chapolin e Chaves em agosto de 1984, como esquetes dentro do game show TV Poww! Só depois o universo de Chespirito ganharia horário próprio — e se transformaria em objeto de culto entre os brasileiros.

Chaves e Chapolim deixaram de ser exibidos pelo SBT após 36 anos, em 31 de julho de 2020. Atualmente, divergências entre a Televisa e a família de Roberto Gomes Bolanõs impedem que as emissoras do mundo exibam o humorístico.

O palhaço Bozo

A pesonagem chegou à televisão brasileira por iniciativa de Silvio Santos em 15 setembro de 1980, quando a emissora ainda se chamava TVS. O programa do Bozo foi retransmitido em São Paulo até 1981 pela TV Record. Na época, Silvio Santos era dono das duas emissoras, sendo que a Record ainda não era uma rede e sim, uma emissora própria da Rede de Emissoras Independentes. Isto durou até a inauguração do SBT, em 19 de agosto de 1981.

Como a procura pelo Bozo perfeito parecia ser um trabalho inalcançável, escreve Thell de Castro, autor do livro Dicionário da Televisão Brasileira, Silvio cogitou interpretar – ele mesmo – o palhaço, mas desistiu, aconselhado por sua equipe na época

Após vencer um concurso contra outras 29 pessoas, o gaúcho Wanderley Tribeck – o Wandeko Pipoca – foi o escolhido, aprovado pelo próprio Larry Harmon (criador da personagem).

Os reality shows

Se tais programas se tornaram parte da televisão brasileira, é tudo graças a uma proeza infame de Silvio Santos. Após descartar o Big Brother devido ao valor considerdo excessivo, Silvio insistiu na sinopse e fez o seu próprio — a Casa dos Artistas, em 2001.

Porém, o empresário não tinha autorização legal ao formato e acabou processado pela Endemol e pela Rede Globo — que só introduziria o Big Brother na vida dos brasileiros em 2002.

Qual é a Música?

Um dos programas mais apreciados de Silvio, o formato é baseado no game show norte-americano Name That Tune (“Dê Nome a Esse Toque”), criado pelo maestro Harry Salter e esposa Roberta Semple Salter. Pode-se dizer que Silvio aprimorou o programa original, que nunca contou com um Pablo para chamar de seu.

Show do Milhão

Enquanto Luciano Huck comanda hoje uma versão brasileira mais direta do Who Wants to Be a Milionaire? (“Quem Quer Ser um Milionário?”), a versão de Silvio Santos fez sucesso nos anos 2000. Erros bizarros de participantes hoje repercutem na web.

Como no Big Brother, adaptar o Who Wants também resultou em processo judicial: em 2000, o empresário Jacques Glaz acionou Silvio na justiça por quebra de contrato. Foi Glaz quem informou Silvio da existência do programa no exterior. Porém, o co-autor acabou não sendo remunerado pelo trabalho ao lado de Silvio.

Fantasia

O inesquecível game show apresentado por beldades — hoje um prato cheio para memes na web — é baseado no programa italiano Non è La RAI. Telespectadores ligavam e participavam de brincadeiras concorrendo a prêmios, graça que acabou errubou o sistema telefônico da cidade de São Paulo por cerca de meia hora, em dezembro de 1997.

Lembrado por revelar grandes comunicadoras da mídia, como Adriana Collin e Jackeline Petkovic.

Casos de Família e similares

Falando em memes, o show de tretas bizarras em família também vem da TV gringa: o formato é baseado em The Ricki Lake Show — e estreou no SBT como o programa Márcia, comandado pela sumida Márcia Goldschmidt. Os humores exaltados, confusões e ocasionais quebra-quebras no estúdio podem ser vistos na versão original.

Apenas em 2004 estrearia o Casos de Família, apresentado por Regina Volpato até 2009. Daquele ano até 2023, Cristina Rocha comandou o programa com mais acidez e agressividade no palco.

Passa ou Repassa

Hoje comandado por Celso Portiolli, o programa é um remake do Double Dare, produzido até 2019 pela Nickelodeon. No início, o próprio Silvio Santos apresentava o game — porteriormente substituído por Angélica e Gugu Liberato. Celso Portiolli é o rosto do Passa ou Repassa desde o resgate desse programa, em 2004.

As novelas infantis

Dentro da teledramaturgia, Chispita, Chiquititas e Carrossel foram algumas apostas estrangeiras de Silvio Santos que deram certo. Dramalhões de sucesso da TV lationoamericana, o empresário tinha o costume de manter os títulos no idioma original a fim de chamar atenção — dessa forma, produzindo sentido de singularidade. Com Chiquititas (castelhano para “Pequeninas”) e Chispita (que quer dizer “Centelhinha” ou “Fagulhinha”) , funcionou.

As novelas de gente grande

A citada escolha pelo título original causou polêmica em 2001 — quanto Silvio decidiu que sua nova aposta em novelas se chamaria Pícara Sonhadora, estrelando Bianca Rinaldi. Apesar da piada de quinta série pronta, a novela foi um dos remakes de sucesso de novelas de fora, idealizados por Silvio: incluindo Pequena Travessa, Esmeralda e Canavial de Paixões.

Exibições originais marcantes incluem A Usurpadora e a trilogia das Marias: Maria Mercedes, Marimar e Maria do Bairro, agora fortemente marcadas no imaginário dos brasileiros e estrelando a cantriz Thalia. Nos anos 2000, Silvio ainda tentou fazer da atriz Bárbara Paz (campeã na Casa dos Artistas) a sua própria Thalia: com Bárbara protagonizando Marisol e Maria Esperança.

Fonte: https://oimparcial.com.br/noticias/2024/08/silvio-santos-relembre-sucessos-da-tv-trazidos-pelo-apresentador-de-outros-paises/