5 de setembro de 2025
Teatro do Oprimido percorre comunidades maranhenses levando arte, formação e
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Entre os dias 4 de setembro e 26 de outubro de 2025, o Núcleo de Teatro do Oprimido do Baixo Itapecuru (NTOprimido) dará início ao projeto “PRÁXIS – Teatro do Oprimido de Ponto em Ponto”, que promete transformar o cotidiano de comunidades do interior do Maranhão com oficinas e apresentações culturais. A iniciativa vai percorrer os quilombos e povoados de Anajatuba, Bacabeira, Itapecuru Mirim, Santa Rita e Rosário.

A proposta, com carga de 60 horas de formação certificada, está estruturada em um processo pedagógico que une teoria e prática. Os participantes terão contato com reflexões sobre mobilização social, comunicação comunitária e cidadania, inspiradas em pensadores como o colombiano José Bernardo Toro, e vivenciarão todas as etapas de produção de peças de Teatro Fórum, desde a dramaturgia até a encenação coletiva.

A coordenadora do projeto, Raimunda do Nascimento Ribeiro dos Santos, ressalta a dimensão social da iniciativa. “Estamos levando arte e formação para localidades onde quase não há acesso a esse tipo de experiência. O Teatro do Oprimido é uma ferramenta poderosa para despertar consciência, estimular o protagonismo social e dar voz a quem muitas vezes não é ouvido. Esse movimento é, antes de tudo, um ato de democratização da cultura e de valorização das nossas comunidades tradicionais”, afirmou.

A condução das oficinas ficará a cargo de multiplicadores com larga experiência na metodologia, entre eles o curinga Valdenor Carvalho, referência no Maranhão em processos de Teatro do Oprimido. Para Carvalho, o impacto da prática vai muito além da cena teatral. “Esse processo é de formação integral. O Teatro Fórum não é apenas uma cena no palco, mas um exercício de cidadania. Trabalhamos com a escuta da comunidade, com suas dores e sonhos, para transformar tudo isso em dramaturgia e mobilização social. É nesse sentido que o legado de Augusto Boal se renova em cada território onde o Teatro do Oprimido acontece”, destacou.

O projeto também contará com a participação de artistas como Lucca Anapuru, indígena e arte-educador radicado em Itapecuru Mirim, que traz a perspectiva de uma produção cultural enraizada nas lutas quilombolas e indígenas. Essa diversidade de olhares reforça o caráter plural da iniciativa, que busca integrar diferentes vozes e trajetórias artísticas no diálogo com as comunidades.

Na última semana do mês de outubro, na cidade de Santa Rita, será realizada a “Mostra Práxis de Teatro do Oprimido”, ocasião em que estarão reunidos os participantes do processo de multiplicação da metodologia de Boal, apresentando-se para o público composto por familiares, estudantes, professores e gestores das escolas por onde o projeto percorreu, e demais interessados.

Fonte: https://oimparcial.com.br/noticias/2025/09/teatro-do-oprimido-percorre-comunidades-maranhenses-levando-arte-formacao-e-cidadania/