
Com apenas 7 anos de idade, Esther Cristina já sabe o que é conviver com o calor intenso e o ar seco prejudicial para as vias respiratórias, da cidade de São Luís. A menina, diagnosticada com rinite e sinusite crônica, apresentou crises mais frequentes nas últimas semanas devido a baixa umidade do ar. A mãe conversou com O Imparcial e contou que precisou redobrar os cuidados com a filha dentro e fora de casa.
“O tempo seco e quente agrava as crises que Esther tem, por isso, precisei redobrar minha atenção com a hidratação dela. Quando o calor está intenso banho ela na água gelada. Faço limpeza na casa todos os dias e deixo arejada para não proliferar poeira e ácaro”, detalha Bruna Cristina, mãe de Esther.
Casos como o de Esther têm sido cada vez mais comuns na vida dos maranhenses. Em meio a temperaturas elevadas e baixa umidade do ar, os moradores da capital e dos interiores do estado precisaram ajustar suas rotinas, criando hábitos e técnicas para diminuir o impacto do calor nas suas vidas.
Mudança de horários, mais hidratação e cuidados com a pele passaram a fazer parte da nova rotina imposta pelo clima na vida de muitos maranhenses. “Eu evito sair de casa nos horários mais quentes, mas se for necessário, levo comigo protetor solar e uma garrafinha de água. Não pode faltar”, afirma Bruna.
Quando o clima afeta a saúde e precisa de atenção
O Imparcial também conversou com a médica dermatologista Gabriela Melo, que explicou que o tempo seco e o calor excessivo causam danos à pele e favorecem problemas respiratórios.
“Nessas épocas, é muito comum a pele ficar mais ressecada, sensível e até com sensação de repuxamento ou coceira. Isso acontece porque o calor aumenta a transpiração e o tempo seco reduz a umidade do ar, o que favorece a perda de água da pele e o ressecamento das vias respiratórias”, explica a especialista.

Gabriela também alerta que banhos muito quentes e o uso excessivo de ventilador devem ser evitados. “Banhos muito quentes tiram a proteção natural da pele, o que piora o ressecamento. O ideal é usar água natural e não prolongar o tempo no banho. Já o ventilador, se usado direto no corpo por horas, também contribui para a pele perder ainda mais água. Pode usar, claro, mas com moderação — e sempre reforçando a hidratação depois.”
Assim, a dermatologista reforça a necessidade de hidratação da pele, com o uso de hidratantes e consumo de água em abundância. “Muita gente ainda acha que só precisa hidratar a pele quando ela está visivelmente ressecada. Mas a hidratação deve ser preventiva, diária, assim como o uso de protetor solar. Além disso, o consumo de água em dias quentes deve ser dobrado”, indica.
Alertas
O Inmet (Instituto Nacional de Meteorologia) vem emitindo alertas para o Maranhão nas últimas semanas. Há dias em que a umidade relativa do ar chegou a 30%, patamar considerado de atenção pela Organização Mundial da Saúde, que recomenda níveis acima de 60% para o bem-estar.
Mesmo em São Luís, os níveis têm ficado próximos do limite. No dia 29 de junho, por exemplo, a umidade relativa variou entre 35% e 90%, com temperaturas chegando a 32 °C.
A combinação de pouca chuva, aumento da temperatura e queda da umidade cria um ambiente agressivo à saúde humana e aumenta o risco de queimadas urbanas e rurais, como explica a Defesa Civil. A recomendação principal é se manter hidratado, evitar atividades físicas ao ar livre nos horários mais quentes e procurar locais ventilados.
E claro, os cuidados devem ser redobrados com os grupos de risco, como idosos, crianças e pessoas com doenças crônicas.
Fonte: https://oimparcial.com.br/noticias/2025/07/tempo-seco-e-calor-intenso-afetam-rotina-e-saude-do-povo-maranhense/