Tereza Seiblitz apresenta monólogo “Carangueja” no Teatro Sesc

O Teatro Sesc Napoleão Ewerton recebe nesta sexta (19h30) e sábado (19h) o monólogo “Carangueja”, idealizado, escrito e encenado por Tereza Seiblitz (RJ). Os ingressos estão à venda na Sympla a preços populares.

A peça acompanha a trajetória de uma mulher sem tempo ou origem definidos, atravessada por múltiplas vozes que se manifestam por meio do corpo dela. Ao longo do espetáculo, ocorre uma metamorfose que a coloca em um limiar entre humano e crustáceo, entre mulher e carangueja.

Segundo Seiblitz, o manguezal, bioma de grande biodiversidade que conecta ambientes terrestre, fluvial e marinho, simboliza a constante transformação abordada no monólogo. A atriz e co-diretora Fernanda Silva (PI) ressaltam que a obra discute a força vital do planeta, ao mesmo tempo em que evidencia diferentes aspectos da experiência feminina.

O espetáculo explora temas como maternidade, gênero, antropocentrismo e desigualdade social de forma poética e bem-humorada. Para Tereza, a inspiração veio de experiências vividas em manguezais:

“Quando estive num manguezal pela primeira vez, andei e afundei na lama por muitas horas. Pensei: ‘isso aqui é o útero do mundo’. Foi maravilhosa a sensação de sentir a pulsação da fertilidade daquele lugar”, relembra a atriz.

“Carangueja” também reforça a necessidade de preservação ambiental, destacando a relação direta entre a proteção dos biomas e a sobrevivência das espécies, incluindo a humana. Como observa Tereza, citando Ailton Krenak: “A Terra sobrevive sem o ser humano, mas o ser humano não sobrevive sem uma Terra viva”.