O presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, assinou na tarde desta quarta-feira (30) uma ordem executiva que impõe uma tarifa adicional de 40% sobre produtos brasileiros. Com isso, a tarifa total aplicada às importações do Brasil pelos EUA sobe para 50%, conforme anunciado oficialmente pela Casa Branca.
A decisão, segundo o governo americano, visa enfrentar “políticas, práticas e ações recentes do governo do Brasil que constituem uma ameaça incomum e extraordinária à segurança nacional, à política externa e à economia dos Estados Unidos”. A medida também declara uma nova emergência nacional com base na Lei de Poderes Econômicos de Emergência Internacional (IEEPA), de 1977.
A ordem executiva foi motivada, de acordo com o comunicado, por condutas do governo brasileiro que estariam prejudicando empresas americanas, restringindo a liberdade de expressão de cidadãos dos EUA e afetando interesses estratégicos. A Casa Branca cita especificamente ações do ministro do Supremo Tribunal Federal (STF), Alexandre de Moraes.
“USANDO A INFLUÊNCIA PARA PROTEGER NOSSOS INTERESSES: O presidente Trump tem reafirmado de forma consistente seu compromisso em defender a segurança nacional, a política externa e a economia dos Estados Unidos contra ameaças externas, incluindo proteger a liberdade de expressão, defender empresas americanas de coerções de censura ilegais e responsabilizar violadores de direitos humanos por comportamentos fora da lei”, diz o comunicado oficial.
A Casa Branca acusa Moraes de ter abusado de sua autoridade judicial para perseguir opositores políticos, intimidar empresas americanas de tecnologia e impor sanções severas a executivos que se recusaram a cumprir ordens judiciais brasileiras. Entre os exemplos citados, estão multas elevadas, congelamento de ativos e ameaças de processos criminais contra companhias e cidadãos norte-americanos.
Além disso, o documento menciona a condução de processos contra o ex-presidente Jair Bolsonaro e seus apoiadores, classificando como “perseguição politicamente motivada”. O caso de Paulo Figueiredo, residente nos EUA e investigado no Brasil por declarações feitas em território americano, também foi citado.
Medidas adicionais
A ofensiva do governo americano se estende além das tarifas. Trump já havia determinado, em julho, a revogação dos vistos do ministro Alexandre de Moraes, de aliados do STF e de seus familiares. Segundo o comunicado, essas medidas se alinham à política “América em Primeiro Lugar”, reafirmada desde o primeiro dia do atual mandato.
“Preservar e proteger o direito à liberdade de expressão de todos os americanos e defender empresas americanas contra censura coercitiva continuará sendo prioridade central da estratégia de política externa América em Primeiro Lugar do presidente Trump”, afirma o texto.
Sem avanços diplomáticos
A assinatura da ordem executiva ocorre no mesmo dia em que uma missão oficial do Senado brasileiro aos Estados Unidos foi concluída sem sucesso na tentativa de barrar a imposição das novas tarifas. O presidente Trump já havia antecipado sua intenção em uma mensagem pública enviada ao presidente Luiz Inácio Lula da Silva no início de julho.
A tarifa de 50% deve atingir diversos setores da economia brasileira exportadora, embora ainda não tenha sido divulgada a lista detalhada de produtos afetados.
*Fonte: Correio Braziliense
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Fonte: https://oimparcial.com.br/brasil/2025/07/trump-assina-tarifa-de-50-sobre-produtos-brasileiros-e-declara-emergencia-nacional/
