23 de setembro de 2024
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O Fundo das Nações Unidas para Infancia (UNICEF), em parceria com Secretaria Municipal de Educação (SEMED) de São Luís, realizará nesta terça-feira (24) o último encontro formativo da oficina Primeira Infancia Antirracista (PIA), em São Luís, na escola UEB Luís Viana, localizada no bairro Alemanha. Com a participação de 80 professores de suporte pedagógico e gestores, a formação conta com turmas pela manhã (8h às 12h), e pela tarde (14h às 17h).

A formação foi organizada em articulação com a Secretaria Municipal de Educação (SEMED) de São Luís, por meio do Núcleo de Educação para as Relações Etnico-raciais, Centro Avançado de Apoio à Educação, Superintendência da Educação Infantil e Assessoria Técnico-Pedagógica. O último encontro será mediado por Luciano Ramos, especialista em Antirracismo e Paternidades; Anelise Timm, especialista do UNICEF em Primeira Infância e Saúde; e Áurea Borges, especialista em Educação e diretora do Núcleo de Educação Etnico-racial da SEMED.

O objetivo da capacitação é engajar a equipe de suporte pedagógico no processo de educação continuada dos professores das unidades de educação infantil, bem como no apoio à implementação das ações planejadas a partir desses treinamentos. Dessa forma, o UNICEF e a SEMED visam fortalecer um atendimento que leve em consideração as especificidades étnico-raciais das crianças e suas famílias, apoiando mães, pais ou cuidadores a exercer uma parentalidade positiva e antirracista nas bases do desenvolvimento infantil.

Segundo o programa do UNICEF, a desigualdade racial nos primeiros anos de vida traz diversos impactos no desenvolvimento infantil pleno de crianças negras, seja na sua saúde ou na sua aprendizagem. Para ajudar a enfrentar essa realidade, a formação do PIA, em Sao Luis, aconteceram em três momentos ao longo de 2024: em maio, focada no impacto do racismo na primeira infância e em construir uma educação antirracista; em junho, com  foco em ações de letramento racial para as equipes pedagógicas; e, por fim, nesta terça-feira (24), encerrando este primeiro ciclo de formação com foco nas ações das escolas voltadas para as famílias e crianças.

Impactos do racismo na primeira infância

É na primeira infância que crianças negras e indígenas já começam a vivenciar experiências de racismo. Trata-se de uma violação de direitos que desencadeia estresse tóxico, medos e traumas. O racismo estigmatiza e hierarquiza as diferenças entre as crianças, impacta diferentes dimensões do desenvolvimento infantil, incluindo a construção da autoestima, a capacidade de socialização, a percepção de si, e a saúde física e mental.

As estatísticas indicam o grande número de crianças que podem ser afetadas pelo racismo na primeira infância: quase 70% das crianças de 0 a 4 anos cadastradas no CadÚnico são negras. Além disso, 73,5% da população brasileira abaixo da linha da pobreza é negra, enquanto 72,9% da população mais rica (10%) é branca (Fonte do SINAN/Datasus, 2021; SIM/Datasus, 2021; Secretaria de Avaliação e Gestão da Informação/MDS e IBGE, estimativa de março de 2023).

A desigualdade no acesso à educação e na frequência escolar começa na creche e pré-escola: 91,9% das crianças pretas, pardas e indígenas frequentam a pré-escola, em comparação a 93,5% das crianças brancas e amarelas. Em 2019, 330 mil crianças de 4 a 6 anos ficaram fora da pré-escola, sendo a maioria delas crianças pretas, pobres e filhas de mães jovens com baixa escolaridade, conforme o estudo Desigualdades na garantia do direito à pré-escola, lançado em 2022, pela Fundação Maria Cecília Souto Vidigal, com apoio do UNICEF e União Nacional dos Dirigentes Municipais de Educação (Undime).

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Fonte: https://oimparcial.com.br/noticias/2024/09/unicef-realiza-1o-ciclo-de-formacao-sobre-educacao-antirracista-na-primeira-infancia-em-sao-luis/