RICARDO VILLA VERDE
Além da disputa pelo voto no primeiro turno das eleições para a Prefeitura de Nova Iguaçu, o candidato Clébio Jacaré (União Brasil) tem outro compromisso importante na primeira semana de outubro: se apresentar à Justiça entre os dias 1º e 10. A determinação faz parte das medidas cautelares determinadas pelo juiz Gustavo Gomes Kalil, responsável pelo processo criminal que Clébio Jacaré responde com outros réus acusados de integrar uma organização criminosa.
Jacaré disse que vai cumprir a determinação se apresentando no Fórum da Capital, como vem fazendo a cada dois meses. “Este mês já me apresentei”, disse ele. Até novembro do ano passado Jacaré tinha de se apresentar mensalmente à Justiça, mas em 8 de dezembro o juiz, por considerar que ele vinha “cumprindo rigorosamente a cautelar de comparecimento mensal em Juízo”, passou a obrigatoriedade para bimestral, “entre os dias 1º e 10, um mês sim e outro não, começando em fevereiro de 2024 e depois em abril, junho e assim sucessivamente”.
O processo se refere à operação do Ministério Público do Rio (MP-RJ) desencadeada em 2022 contra suposta organização criminosa responsável pela “venda da administração” do município de Itatiaia a ‘investidores’. Além de Jacaré, que na época era candidato a deputado federal, também foram presos Silvano Rodrigues da Silva, o “Vaninho”, vereador e ex-prefeito interino da cidade, e Fábio Alves Ramos, ex-chefe de Gabinete da prefeitura. Fábio Ramos este ano concorre à Prefeitura de Valença.
Clébio Jacaré acredita na absolvição no caso. Ele disse que não participava de organização criminosa em Itatiaia. “Eu apenas era candidato a deputado federal e tinha apoio de alguns vereadores da cidade”, disse ele. Na época sua prisão ocorreu às vésperas da eleição. Por isso este ano ele pediu um habeas corpus preventivo ao Tribunal Regional Eleitoral (TRE) com receio de ser detido novamente, mas a Corte rejeitou.
Como candidato a prefeito de Nova Iguaçu Jacaré, no registro de sua candidatura, surpreendeu ao declarar possuir R$ 4.2 milhões guardados em casa. Ele disse que mantém a quantia porque não pode depositar em bancos por causa de ações de cobranças de dívidas, especialmente trabalhistas, de uma empresa de ônibus que ele teria comprado no Rio e que foi à falência. Ele teme bloqueios em sua conta. “Nunca administrei a empresa e não sabia que ela estava na situação falimentar”, disse ele.
Fonte: https://agendadopoder.com.br/alem-de-buscar-votos-no-primeiro-turno-em-nova-iguacu-clebio-jacare-tambem-tera-de-se-apresentar-a-justica/