Polêmico e controvertido, o deputado federal evangélico Marco Feliciano (PL-SP) será homenageado pela Assembleia Legislativa do Rio de Janeiro (Alerj) com a Medalha Tiradentes. A concessão da mais alta comenda do Parlamento fluminense, proposta pelo deputado Valdecy da Saúde (PL), foi aprovada nesta terça-feira (04/05).
Em sua justificativa, o autor da homenagem fala da origem humilde do pastor Feliciano, lembrando da sua vocação e trabalho religiosos, iniciado por volta dos 17 anos, até conseguir fundar o Ministério Tempo de Avivamento, em 2001. Ele entrou para a política em 2010, sendo eleito para a Câmara dos Deputados pela primeira vez. Está em seu quarto mandato.
“O montante de seu trabalho corresponde a 190 proposições de sua autoria, mais 26 projetos relatados nas Comissões, entre muitas outras que levam sua assinatura e seu apoiamento. Marco Feliciano faz do seu mandato político a extensão do seu ministério, honrando suas convicções, dando testemunho da sua fé sem negá-la”, justifica Valdecy da Saúde em seu projeto.
Cercado de polêmicas
Marco Feliciano é autor de inúmeras declarações envolvendo homossexuais e negros. Em 2013, porém, foi nomeado como presidente da Comissão de Direitos Humanos da Câmara dos Deputados, com forte reação das minorias. Foi ele que conseguiu aprovar, junto ao colegiado, o projeto apelidado de “Cura Gay” de autoria de João Campos (PSDB-GO).
A proposta determinava o fim da proibição, pelo Conselho Federal de Psicologia, de tratamentos que se propõem a reverter a homossexualidade. O projeto foi arquivado a pedido do próprio autor, em julho do mesmo ano.
Em 2016, a então estudante de jornalismo e militante do PSC Patrícia Lélis acusou o deputado de tentativa de estupro e lesão corporal. Segundo a jovem, Feliciano teria tentado estuprá-la no apartamento funcional dele, onde se encontraram para reunião com integrantes da juventude do partido.
Em 2017, a Justiça de São Paulo aceitou uma denúncia do Ministério Público acusando a jornalista de mentir e extorquir dinheiro do chefe de gabinete de Feliciano. O processo foi arquivado em 2018.
Feliciano protocolou, pela segunda vez, junto com o deputado Sóstenes Cavalcante (DEM-RJ) pedido de CPI para investigar a União Nacional dos Estudantes (UNE), em 26 de outubro de 2016. O objetivo era investigar os repasses feitos à instituição nos últimos anos.
Em abril de 2019, Feliciano solicitou um reembolso de R$ 157 mil à Câmara dos Deputados para cobrir gastos referentes a um tratamento odontológico.
A última polêmica de Feliciano aconteceu em janeiro deste ano. Ele gerou tumulto no meio evangélico ao compartilhar uma foto sem camisa durante suas férias em Cancún, no México.
A imagem, publicada em sua conta no Instagram, mostrava o político desfrutando de um momento de lazer na praia ao lado de sua filha. A atitude provocou debates entre membros da comunidade evangélica, levantando questões sobre a imagem pública de figuras religiosas e a linha tênue entre a vida pessoal e o papel pastoral.
Fonte: https://agendadopoder.com.br/alerj-entregara-medalha-tiradentes-para-o-deputado-federal-marco-feliciano/