28 de junho de 2025
Alerj pode criar honraria para reconhecer mulheres na defesa da
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A Assembleia Legislativa do Rio de Janeiro (Alerj) poderá instituir uma nova condecoração voltada exclusivamente a mulheres que se destacam na defesa da democracia, dos direitos civis e da equidade de gênero. Trata-se do “Diploma Hipólita Jacinta Teixeira de Mello”, previsto no projeto de resolução nº 1352/2025, de autoria da deputada estadual Tia Ju (Republicanos). A proposta foi publicada no Diário Oficial e está em análise pelas comissões permanentes da Casa.

O nome do diploma faz referência à figura histórica de Hipólita Jacinta Teixeira de Mello, uma das poucas mulheres que participaram diretamente da Inconfidência Mineira. Proprietária rural e engajada politicamente, ela organizava reuniões do movimento em sua residência, contribuiu financeiramente para a causa e chegou a tentar alertar os conspiradores sobre os riscos da repressão.

Como consequência, teve seu patrimônio confiscado e, por muito tempo, foi ignorada pela historiografia oficial. Em 2021, seu nome foi inscrito no Livro dos Heróis e Heroínas da Pátria. A proposta prevê que o diploma seja entregue anualmente, em sessão solene da Alerj, preferencialmente no mês de abril, próximo ao dia 27 — data da morte de Hipólita, em 1828.

A honraria será destinada a mulheres com atuação de destaque em diversas áreas, como política, cultura, justiça, movimentos sociais, educação e participação comunitária, sempre com foco na promoção da democracia e da equidade de gênero. Para a deputada Tia Ju, a iniciativa busca reparar uma lacuna histórica e dar visibilidade a trajetórias que muitas vezes não recebem o devido reconhecimento.

“Se temos a Medalha Tiradentes como a principal comenda do Estado e o Palácio Tiradentes como sede do Parlamento e símbolo da resistência e da luta por liberdade, é preciso também dar visibilidade às mulheres que, como Hipólita Jacinta, desafiaram o sistema vigente e ajudaram a forjar os ideais democráticos do Brasil”, declarou.

Ela destacou ainda que a proposta representa um gesto de justiça simbólica e estímulo à cidadania. “Reconhecer Hipólita Jacinta é reconhecer que as mulheres sempre estiveram na linha de frente das transformações sociais do Brasil”, afirmou.

A criação do diploma dialoga diretamente com o simbolismo do próprio prédio da Alerj, o Palácio Tiradentes, sede de episódios marcantes da história política do país e nomeado em homenagem ao mártir da Inconfidência. Com a nova honraria, o Parlamento fluminense pretende ampliar o reconhecimento ao protagonismo feminino na construção da democracia brasileira.

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Fonte: https://agendadopoder.com.br/alerj-pode-criar-honraria-para-reconhecer-mulheres-na-defesa-da-democracia/