28 de dezembro de 2024
Alerta de treta: as brigas que embalaram a política do
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Felipe Amorim ( da equipe da Agenda do Poder em Brasília)

Nessa época de festas, é comum ouvir a preocupação das pessoas com as tretas familiares durante as celebrações. Mas, cá entre nós, quem acompanha a política do Rio está mais do que acostumado com esse “climinha” de briga. Eduardo Paes e Cláudio Castro, sem dúvida alguma, representaram a tradicional família brasileira rachada: o bolsonarista e o entusiasta de Lula trocaram acusações, farpas, e como era de se esperar, chegaram ao final do ano com uma fotinha lado a lado, representando as aparências que mantêm as instituições vivas.

Sem querer perder os votos dos bolsonaristas, Paes recorreu à estratégia de centrar ataques em Castro durante a eleição. A intenção era desqualificar a empreitada à prefeitura de Alexandre Ramagem, que é correligionário de Castro. Os dois trocaram acusações e críticas quanto às suas gestões. No final do ano, ambos estiveram na mesma foto durante cerimônia que oficializou a candidatura de Rio e Niterói aos jogos Panamericanos.

Mas, acontece que Ramagem caiu no jogo de Paes e, durante um debate, ao se defender da artilharia do prefeito, disse que a gestão de Castro era “medíocre”. Jair Bolsonaro precisou intervir e pediu ao governador para que não respondesse a Ramagem antes do pleito. Passada a votação, Castro “foi nas canelas” de Ramagem, a quem rotulou como “despreparado”.

Vendo tudo isso, Bolsonaro atacou Paes durante uma live, na qual disse: “Votar no Eduardo Paes é votar no PT, votar no Lula. Alguém tem dúvida disso? Quem está com Lula ao seu lado boa coisa não está pensando ou boa coisa não está fazendo”.

Outro “rei da treta” foi Pedro Paulo, fiel escudeiro de Paes. Ao criticar a gestão fluminense, ele acendeu um embate com o antes amigo Cláudio Castro. O governador não deixou por menos e fez ataques pessoais ao novo desafeto. Nesta semana, ao ser alvo de Castro, Pedro Paulo respondeu: “Qual cerveja já me pagou? Já me deu carona pra praia?”.

Tem bate-boca novo nas redes sociais? Tem sim senhor. Nesta sexta-feira (22) animada, agora é a vez de o braço-direito do prefeito Eduardo Paes (PSD), o deputado federal treteiro Pedro Paulo (PSD) e o secretário-chefe da Casa Civil do governo do estado, o normalmente discreto Nicola Miccione, trocarem farpas pelas redes sociais.

Pedro Paulo postou um comentário alentado sobre o fato de o governador Cláudio Castro (PL) ter assinado um termo de conciliação com a concessionária Águas do Rio, prevendo um aumento nas tarifas de água e esgoto nos próximos dois anos para compensar possíveis falhas no edital de concessão da Cedae, de 2021

“Essa notícia da crise nas concessões da água e esgoto no estado é ainda mais chocante e estarrecedora! Erraram o edital, torraram todos os muitos bilhões da outorga, sem nenhuma obra estruturante e tampouco reorganizaram as contas do estado. (…) E agora? Bom, como o estado está quebrado e o fraco governo Castro e seu time não conseguem bancar o tal erro do edital, vai empurrar para a tarifa a conta, para o povo pagar. Um escândalo!”, disse Pedro Paulo na postagem.

Foi aí que Miccione, que comandou o processo de concessão da Cedae, entrou na treta ao comentar em outra postagem na mesma rede.

“Usa quando interessa e descarta quando convém. Essa é a lógica do deputado federal Pedro Paulo. Quando a cidade do Rio de Janeiro recebeu R$ 5 bilhões oriundos do leilão da Cedae, Pedro Paulo escreveu nas redes sociais que o resultado da concessão era ‘excepcional’ e o governo do estado tinha feito um trabalho ‘excelente’, com ‘coragem’. Afirmou ainda que esse recurso ‘salvaria a Prefeitura do Rio’. Agora diz que houve ‘erros’ na concessão. Além de não se dar ao trabalho, que deveria fazer como parlamentar, de pesquisar sobre o tema, o deputado espalha desinformação e mostra que nem leu o edital da concessão”, acusou Miccione.

“Não há erro. Há uma abertura de um debate na Agenersa para não ocorrer prejuízos de recebimento financeiro da outorga, como está previsto no próprio edital”, concluiu o secretário.

Nos comentários, o colega de Palácio Guanabara e secretário-chefe de Gabinete, Rodrigo Abel, põe pilha.

“Relaxa, Nicola. A noiva abandonada no altar ainda sonha em ser notada pelo ex! Robin, aceita que dói menos. Bora tomar um banho no Flamengo?!!!”

Que o clima de boas festas na sua família, caro leitor, seja mais ameno do que o visto na política do Rio.

Um bom 2025!

Fonte: https://agendadopoder.com.br/alerta-de-treta-as-brigas-que-embalaram-a-politica-do-rio-em-2024/