Integrantes do governo Lula (PT) afirmaram que os números da pesquisa Datafolha divulgada nesta terça-feira (18) mostram o início do que chamam de “colheita” das ações iniciadas em janeiro do ano passado. A oposição, por outro lado, acredita que o cenário de estabilidade é apenas um prenúncio de piora devido às perspectivas de deterioração econômica e política no país.
O levantamento indica que a aprovação de Lula se manteve estável em comparação com a rodada anterior, com uma leve melhora dentro da margem de erro — 36% de aprovação contra 31% de reprovação. “Sempre afirmamos que 2023 foi o ano do plantio. Em 2024 começa a colheita”, declarou o ministro extraordinário da Reconstrução do Rio Grande do Sul, Paulo Pimenta. O líder do governo na Câmara, José Guimarães (PT-CE), compartilhou otimismo semelhante, destacando as entregas do governo.
Já o líder do governo no Senado, Jaques Wagner (PT-BA), adotou um tom de cautela. Ele afirmou que, apesar da melhora, ainda é cedo para celebrações. Deputados como Alencar Santana (PT-SP) e Rubens Pereira Jr. (PT-MA) destacaram que os efeitos positivos das políticas do governo ainda estão por vir e que a taxa de aprovação tende a aumentar conforme os resultados sejam reconhecidos pela população.
A pesquisa revela que o índice de ótimo/bom do governo Lula subiu de 35% em março para 36%, enquanto a reprovação caiu de 33% para 31%. Nos bastidores, um ministro do governo disse que a estabilidade da pesquisa alivia a pressão política, especialmente após semanas difíceis no Congresso e no mercado. Outro ministro minimizou a oscilação negativa de um ponto percentual entre evangélicos, considerando-a dentro da margem de erro.
Por outro lado, a oposição tem uma visão diferente. O senador Flávio Bolsonaro (PL-RJ) afirmou que a pesquisa reflete a estabilidade de um momento ruim do governo e previu uma queda na popularidade de Lula. O deputado Mendonça Filho (União Brasil-PE) e o deputado Ricardo Salles (PL-SP) também expressaram pessimismo, alegando que a política econômica irresponsável do governo levará a uma piora no futuro próximo.
Dentro do governo, há planos para que Lula intensifique sua agenda de viagens até as eleições, priorizando estados no Nordeste e Sudeste para melhorar sua popularidade. Isso foi discutido em uma reunião de articulação política comandada por Lula no Palácio do Planalto. Lula pretende visitar o Ceará, Piauí e Maranhão na sexta-feira, com o objetivo de dar mais visibilidade às ações do governo.
Comparando com o governo de Jair Bolsonaro (PL), Lula tem um patamar de aprovação similar, mas uma reprovação mais baixa. Em junho de 2020, Bolsonaro tinha 32% de ótimo/bom, 44% de ruim/péssimo e 23% de regular, contra 36%, 31% e 31% de Lula, respectivamente.
Com informações da Folha de S. Paulo.
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