27 de junho de 2025
Após derrota do IOF no Congresso, Lula diz que rejeição
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O presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) voltou a defender, nesta sexta-feira (27), o projeto do governo que prevê isenção do Imposto de Renda (IR) para quem ganha até R$ 5 mil mensais e, em contrapartida, aumento da carga tributária sobre os mais ricos. Segundo Lula, a antipatia que parte da sociedade nutre por ele estaria ligada justamente a essa proposta. As declarações foram feitas durante cerimônia de entrega de títulos de regularização fundiária em Araguatins (TO).

“É por isso que eles não gostam de mim. Porque nós mandamos um projeto de lei para o Congresso Nacional, isentando todas as pessoas que ganham até R$ 5 mil de pagar imposto de renda. E decidimos que quem ganha acima de R$ 1 milhão por ano vai pagar um pouquinho. Eles não querem. Eles não querem pagar, porque quem paga imposto nesse país é quem trabalha e recebe contracheque no fim do mês, que é descontado na fonte”, afirmou Lula, diante de uma plateia formada por pequenos agricultores, dois dias após a derrota do governo federal, que viu o Congresso rejeitar seu decreto de aumento do IOF para equilibrar as contas públicas.

“Eu tenho um lado e o meu lado é o povo trabalhador”, afirmou Lula

Vestido com camisa vermelha, o presidente reforçou que governa para todos, mas que sua prioridade está com os mais pobres. “Tem gente que eu sei que não gosta de mim. E não gosta de mim exatamente porque eu gosto de vocês. Se eu não estivesse aqui e tivesse uma reunião com eles, tomando uísque, eles gostariam de mim. Se eu, todo dia 23 de dezembro, em vez de tomar café com os moradores de rua de São Paulo, fosse jogar golfe com eles, eles gostariam de mim. Mas é importante eles saberem que eu governo este país para todo mundo. Mas eu tenho um lado e o meu lado é o povo trabalhador, dos professores, da classe média baixa que é quem paga imposto de renda neste país.”

O discurso ocorre dias após uma derrota significativa para o Planalto: o Congresso derrubou o decreto presidencial que aumentava as alíquotas do IOF (Imposto sobre Operações Financeiras), uma das apostas da equipe econômica para elevar a arrecadação. Diante do revés, o governo tem reforçado a narrativa de proteção aos mais pobres e de cobrança sobre as grandes fortunas.

A proposta do Ministério da Fazenda prevê beneficiar cerca de 10 milhões de contribuintes com a ampliação da faixa de isenção. Para compensar a perda de arrecadação, o plano mira em um grupo estimado de 141,1 mil pessoas que recebem mais de R$ 600 mil por ano — muitas das quais, segundo o governo, pagam atualmente uma alíquota efetiva inferior a 10%.

Fonte: https://agendadopoder.com.br/apos-derrota-do-iof-no-congresso-lula-diz-que-rejeicao-a-seu-governo-vem-da-elite-contraria-a-taxar-dos-mais-ricos/