O governo federal decidiu que campanhas publicitárias das Forças Armadas precisarão de aprovação prévia do Ministério da Defesa antes de serem divulgadas. A medida foi tomada após a repercussão negativa de um vídeo da Marinha, que questionava “privilégios” e foi interpretado como crítica ao pacote de ajuste fiscal. Até então, as campanhas eram aprovadas apenas pelos comandantes das respectivas Forças.
O vídeo foi produzido em celebração ao Dia do Marinheiro e trazia imagens de militares em ação e civis em momentos de lazer, encerrando com a frase: “Privilégios? Vem para a Marinha”. A gravação, aprovada pelo almirante Marcos Sampaio Olsen, comandante da Força, gerou desconforto no governo e foi removida das redes sociais oficiais da Marinha, incluindo X e YouTube.
O episódio foi visto como uma quebra de acordo firmado entre o presidente Luiz Inácio Lula da Silva e os comandantes das Forças Armadas sobre mudanças na transição para aposentadoria. Durante encontro no Palácio da Alvorada, os militares sugeriram que a idade mínima de 55 anos só fosse implementada integralmente em 2043. Lula sinalizou apoio à proposta e afirmou que seguiria o texto apresentado, que foi endossado pelo ministro da Defesa, José Múcio Monteiro.
Entretanto, após a divulgação do vídeo, o clima mudou. Irritado, Lula questionou Múcio, que negou ter conhecimento prévio da gravação. O ministro da Fazenda, Fernando Haddad, também manifestou insatisfação. Diante do ocorrido, prevaleceu o projeto da Fazenda, que propõe uma transição mais curta, encerrando-se em 2031. A partir de 2032, todos os militares deverão atender à regra definitiva de idade mínima de 55 anos.
Segundo o Ministério da Fazenda, as mudanças para os militares terão um impacto de R$ 2 bilhões por ano, com redução de despesas e aumento de receita. O projeto foi enviado ao Congresso e deve ser votado em 2025.
Com informações de O Globo
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Fonte: https://agendadopoder.com.br/apos-irritacao-com-video-da-marinha-governo-impoe-controle-sobre-campanhas-das-forcas-armadas/