A recuperação judicial da Supervia foi tema de debate na Comissão de Transporte e da Frente Parlamentar Pró-Ferrovias Fluminense, da Assembleia Legislativa do Rio (Alerj), nesta terça-feira (11/06). O ponto alto do encontro ficou por conta do representante do governo, Douglas Susini, que não apresentou nenhum plano para assumir a gestão do sistema no lugar da concessionária, que por sua vez não enviou nenhum executivo para participar do evento.
A expectativa dos deputados era que algo fosse revelado durante o encontro, já que na semana passada a empresa informou que só tem mais dois meses de caixa para gerir o sistema de trens. Por outro lado, o governo do estado informou que quer assumir o serviço até o fim deste mês. Porém, a eventual transferência depende de uma decisão judicial – ambas as partes afirmam que o outro lado tem que saldar dívidas.
“Não sei informar. São muitos os planos que têm na secretaria. Mas realmente não sei dizer”, admitiu Susini, que é assessor-chefe da secretaria estadual de Transportes.
A resposta, aliada a ausência de representantes da Supervia, irritou os parlamentares que conduziam a audiência pública para tratar do problema. Presidente da frente parlamentar, Luis Paulo (PSD) quis saber se a Secretaria tinha um plano B sobre a gestão de trens, mas ficou sem resposta.
“O senhor veio para cá sem as informações devidas. Sem condições de responder às nossas perguntas, sem nem saber o que o secretário prometeu à imprensa. Vale lembrar que o secretário Washington Reis (MDB) anunciou que o Governo do Estado assumiria a gestão dos trens até fim de junho, colocando fim à concessão que já dura mais de 25 anos. Temos que ter uma solução. Até agora nenhum dado concreto”, lamentou, dizendo que o governo foi negligente neste período de concessão.
Coube a Companhia Estadual de Engenharia de Transportes e Logística (Central Logística), vinculada à pasta, entregar uma minuta para avaliação dos parlamentares. O presidente da Comissão de Transportes, Dionísio Lins, que classificou a ausência da Supervia como um descaso, lembrou que a concessionária, de 2000 até 2022, só pagou R$ 5,75 milhões dos R$ 30,3 milhões referentes a um total de 174 multas aplicadas pela Agetransp, ou seja, 19% do total.
Fonte: https://agendadopoder.com.br/ausencia-da-supervia-em-debate-e-falta-de-um-plano-de-governo-para-assumir-o-sistema-irrita-deputados/