21 de setembro de 2024
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Exatamente uma semana após a polêmica sessão que foi encerrada antes da ordem do dia ser votada, o presidente da Assembleia Legislativa do Rio, Rodrigo Bacellar (União Brasil), reassumiu os trabalhos da Casa nesta terça-feira (07/05). Ele não falou sobre o episódio e nem mencionou o nome do governador Cláudio Castro, como já fez em outros momentos de crise com o Executivo. A sessão transcorreu como se nada tivesse ocorrido. 

Na semana passada, o deputado Pedro Brazão (União Brasil), que presidia o expediente, encerrou a sessão sem que os projetos de lei fossem apreciados, além de não ter permitido que nenhum deputado se pronunciasse. Hoje ele se desculpou com os colegas. 

O que se comentou no dia foi que o pedido para suspender a pauta teria partido do próprio governador Cláudio Castro, incomodado com a criação da CPI da Transparência, que deve ser instalada amanhã. “É exatamente isso! Tratou como se nada tivesse acontecido. Por isso não me envolvi com essa CPI. Depois eles fazem acordo e nós que ficamos mal”, disse um deputado. 

O Diário Oficial de hoje publicou os nomes de parlamentares que vão compor a comissão: Val Ceasa (Patriota), Thiago Rangel (PRTB), Yuri Moura (Psol), Giovani Ratinho (Solidariedade), Marcelo Dino e Rodrigo Amorim, ambos do União Brasil, além de Alan Lopes, que como autor do requerimento deve presidir o colegiado.  

A comissão – proposta para investigar atos administrativos do governo – teve o requerimento de instalação publicado no Diário Oficial do último dia 29. O documento conta com 53 assinaturas, a maioria da base governista. Ontem, Bacellar se reuniu com Lopes e Rodrigo Amorim (União Brasil).

O problema é que alguns dos deputados alegaram que não lembravam de ter assinado o documento, classificando de “má-fé” a atitude de Lopes. Castro chegou a fazer pressão para que parlamentares retirassem as assinaturas, mas como o documento já havia sido publicado isso não seria mais possível. Com o racha na base, a alternativa foi encerrar a sessão. 

Segundo fontes, Bacellar viajou para Portugal e deixou a bomba armada para explodir na própria terça-feira (30). Irritado com o vazamento de que seria sua a indicação do coronel Marcelo Nogueira para o comando da secretaria estadual de Polícia Militar – em substituição ao coronel Luiz Henrique Marinho Pires – a CPI foi uma forma de colocar o governo nas cordas.

O governador ainda se movimentou junto a alguns caciques políticos para tentar barrar a comissão e foi além: enviou  para Portugal André Moura (secretário de Governo) e Rodrigo Abel (chefe de Gabinete). A missão era acalmar os ânimos, o que não surtiu efeito. Alguns parlamentares, no entanto, afirmaram hoje que é possível sim haver uma acordo para por fim a crise. 

Fonte: https://agendadopoder.com.br/bacellar-reassume-os-trabalhos-na-alerj-mas-nao-faz-mencao-a-nova-crise-com-o-executivo/