O ex-estrategista da Casa Branca Steve Bannon, aliado próximo do presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, afirmou nesta terça-feira (8) que haverá “severas sanções financeiras” contra o ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal (STF), como resposta à situação do ex-presidente Jair Bolsonaro no Brasil. Em entrevista ao portal UOL, Bannon afirmou que a articulação já está em andamento e os efeitos devem ser visíveis nas próximas semanas.
“Somos grandes apoiadores do movimento Bolsonaro desde que o conhecemos em 2017. E acho que a manifestação mostra que o presidente Trump está totalmente ciente do que está acontecendo”, declarou Bannon. “Ele está muito aborrecido com isso. E eu acredito que haverá severas sanções financeiras contra Moraes. Há dezenas de pessoas trabalhando nisso, tanto no Executivo quanto no Congresso, e veremos o resultado em algumas semanas.”
As falas foram dadas após Trump se manifestar publicamente em apoio a Bolsonaro por meio de sua rede social, a Truth Social. Na publicação, o republicano acusou o Brasil de cometer uma “coisa terrível” contra o ex-presidente e defendeu que o julgamento de Bolsonaro deveria ocorrer “nas urnas, não na Justiça”.
Trump também chamou o ex-presidente brasileiro de “um líder forte” e “negociador duro” e alegou que Bolsonaro “não tem culpa de nada, exceto de ter lutado pelo povo”. Segundo ele, o processo que tornou o aliado inelegível seria apenas um “ataque político”, comparando o caso às investidas judiciais que ele próprio enfrenta nos Estados Unidos.
Integrantes do Supremo ouvidos por O Globo reagiram com frieza às declarações. Para esses ministros, a manifestação de Trump é vista como parte de um movimento político que não tem poder de interferência no trâmite das ações em curso. A avaliação é que o STF tem seguido o devido processo legal e garantido o contraditório e a ampla defesa a todos os réus, incluindo Bolsonaro.
Os ministros também destacaram que o próprio ex-presidente brasileiro tem adotado uma postura mais cautelosa nos processos, como demonstrado em seu depoimento recente sobre a trama golpista de 8 de janeiro, quando evitou ataques à Corte.
A resposta mais incisiva veio do presidente Luiz Inácio Lula da Silva. Em nota, ele rejeitou qualquer interferência estrangeira e afirmou que “a defesa da democracia no Brasil é uma responsabilidade dos brasileiros”. Lula ressaltou que o país tem instituições sólidas e independentes e completou: “Ninguém está acima da lei — sobretudo aqueles que atentam contra a liberdade e o Estado de Direito.”
Fonte: https://agendadopoder.com.br/bannon-preve-sancoes-a-moraes-e-diz-que-reacao-pro-bolsonaro-tera-efeito-em-semanas/
