Em Toledo (PR), mais de 5 milhões de metros quadrados são ocupados pelo Biopark, um centro único no Brasil que reúne pesquisa, ensino, negócios e vida cotidiana em um mesmo território. A iniciativa é do casal Luiz e Carmen Donaduzzi, fundadores da Prati-Donaduzzi, a gigante de medicamentos que teve um papel preponderante na revolução dos medicamentos genéricos no Brasil e é uma das pioneiras e maiores produtoras do país no segmento.
O parque tecnológico Biopark estabelece um ambiente no qual empreendedores, pesquisadores, universitários e crianças convivem diariamente. Essa lógica cria o que Luiz Donaduzzi descreve como “economia simbiótica”.
“Quando aproximamos pesquisadores, docentes, estudantes e empresas, reduzimos o tempo entre descobertas científicas e aplicação prática. Isso gera competitividade, atrai novas empresas e fortalece todo o ecossistema”, explica o o vice-presidente do Biopark, Paulo Rocha.
O complexo abriga uma escola-modelo, um clube de ciências para crianças e jovens, laboratórios de pesquisa e programas de empreendedorismo. Também inclui um polo universitário composto por cinco instituições, entre elas a Universidade Federal do Paraná (UFPR), a Universidade Tecnológica Federal do Paraná (UTFPR), o Instituto Federal do Paraná (IFPR) e a Faculdade Donaduzzi. O espaço também avança em projetos imobiliários que atraem empresas e investidores interessados em integrar o território.
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Biopark nasceu do propósito de Luiz Donaduzzi de contribuir com a sociedade
Luiz e Carmen Donaduzzi criaram o Biopark após uma trajetória marcada por disciplina, escassez e estudo. Luiz nasceu em Jaguari (RS), filho de uma família de imigrantes. O pai dele, Aldemar, transformou a educação em promessa e estratégia, e empurrou o filho para os livros com rigor quase militar. Luiz Donaduzzi respondeu ao desafio, formou-se em farmácia e bioquímica, tornou-se doutor em biotecnologia na França e voltou ao Brasil decidido a construir algo que unisse conhecimento e impacto social.
A vida de Carmen avançou em paralelo. Ela conheceu Luiz no período escolar, escreveu uma carta de amor não correspondida e seguiu o próprio caminho até que os dois se reencontraram anos depois. O casal começou vendendo chás produzidos à mão, preparou medicamentos de forma artesanal e transformou uma ideia tímida na Prati-Donaduzzi. Mesmo com o crescimento da farmacêutica, os dois repetiam um princípio: devolver à sociedade parte do que conquistaram.

O Biopark nasceu desse propósito. Com a empresa já consolidada, Luiz e Carmen Donaduzzi decidiram investir a própria fortuna no projeto de unir educação, ciência, moradia e inovação. Eles estudaram referências e encontraram em Sophia Antipolis, no sul da França, um exemplo de cidade baseada em conhecimento. A partir disso, planejaram um projeto capaz de transformar Toledo e romper barreiras sociais que marcaram suas próprias origens.
“O Biopark não é apenas um empreendimento; é um ecossistema vivo, que cresce baseado em colaboração. Nossa missão é articular talentos, tecnologia e investimentos em um mesmo território, criando um ambiente seguro e estimulante para quem quer desenvolver pesquisas, testar modelos de negócios e transformar ideias em produtos”, aponta Paulo Rocha.
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Educação é o objetivo principal do Biopark
Os Donaduzzi aplicaram R$ 402 milhões e planejam investir outros R$ 400 milhões no Biopark. O território poderá abrigar até 75 mil pessoas. As moradias são cedidas para estudantes bolsistas e colaboradores que atendem a critérios definidos pelo complexo.
A educação estrutura o coração do projeto. No Biopark, o Colégio Donaduzzi nasceu da percepção de que crianças classificadas como “problemáticas” apenas não recebiam condução adequada no ensino tradicional.
“O ensino no Brasil remonta à Revolução Industrial, ao estilo das casernas e prisões”, afirma Carmen Donaduzzi. A instituição busca potencializar cada aluno e oferece uma incubadora infantil que já desenvolveu foguetes, cadeiras de rodas elétricas e soluções para a agricultura.
A Faculdade Donaduzzi oferece cursos de biotecnologia, farmácia, engenharia de software, ciência de dados, tecnologia, administração, psicologia e pedagogia. Os filhos do casal, Victor e Sara, atuam no empreendimento em áreas executivas e de gestão de pessoas.
“O Biopark está sendo construído para ser um projeto de décadas, que ultrapassa gestões e mudanças de cenário econômico. A nossa visão é de longo prazo: transformar o oeste do Paraná em referência nacional de educação, tecnologia e desenvolvimento territorial”, conclui o vice-presidente do Biopark.
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Fonte: https://www.gazetadopovo.com.br/parana/biopark-fundadores-imperio-farmaceutico-investem-fortuna-toledo/
