
O deputado Filipe Barros (PL-PR) assumiu nesta quarta-feira (19) a presidência da Comissão de Relações Exteriores (Creden) da Câmara dos Deputados, destacando a importância do colegiado como uma “trincheira” para a defesa das liberdades democráticas. Em seu discurso de posse, Barros fez questão de valorizar a decisão de Eduardo Bolsonaro (PL-SP), filho do ex-presidente Jair Bolsonaro, de permanecer nos Estados Unidos. Para ele, essa escolha foi um “ato heroico” diante do que considera uma “perseguição” a seus direitos.
A indicação de Eduardo para o cargo já havia sido um pedido do ex-presidente, mas ele anunciou que decidiu se licenciar para evitar possíveis prisões relacionadas a ações do Supremo Tribunal Federal (STF). Barros, que recebeu 24 votos a favor e quatro em branco, enfatizou a necessidade de resgatar a democracia no Brasil, afirmando que a situação atual transforma a palavra “democracia” em um conceito sem sentido.
Durante sua fala, Barros não mencionou diretamente o STF, mas criticou a “judicialização da política”, sinalizando que a Câmara deve resistir a qualquer forma de tirania. “O ato de Eduardo é heroico e evidencia a gravidade da situação que vivemos”, declarou, referindo-se à repressão que a direita enfrenta no país. O deputado também prometeu que a Creden será um espaço de diálogo com diversas correntes políticas, ressaltando a importância de estabelecer laços com o exterior para a defesa da soberania brasileira.
Filipe Barros é próximo à família Bolsonaro
Filipe Barros é conhecido por sua proximidade com a família Bolsonaro e está sob investigação por supostamente ter vazado informações sigilosas relacionadas às urnas eletrônicas. Em sua nova função, ele busca reforçar a presença do PL em comissões estratégicas da Câmara, uma vez que o partido é a maior bancada da Casa.
A instalação das comissões ocorreu após intensas negociações entre os líderes partidários. A CCJ, considerada a principal comissão da Câmara, foi confiada ao União Brasil, que indicou o deputado Paulo Azi (BA) para o cargo. Em seu discurso, Azi destacou a necessidade de equilibrar as demandas do Executivo com as vozes da população, sublinhando que a função do colegiado é aprimorar as propostas que beneficiem a sociedade.
Com informações da Folha de S.Paulo
Fonte: https://agendadopoder.com.br/bolsonarista-que-preside-comissao-de-relacoes-exteriores-da-camara-chama-de-ato-heroico-fuga-de-eduardo-bolsonaro-para-os-eua/