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A entrevista do pastor Silas Malafaia ao jornal O GLOBO gerou um clima de animosidade entre o líder da Assembleia de Deus Vitória em Cristo e o deputado federal Otoni de Paula (MDB). Coordenador da campanha do prefeito Eduardo Paes (PSD) entre evangélicos, Otoni reproduziu uma declaração em que Malafaia afirma que permanecerá em silêncio no primeiro turno e apoiará Alexandre Ramagem (PL) no segundo. A postagem não agradou Malafaia, que rebateu.

— No primeiro turno, ficarei quieto e não apoiarei ninguém. Sou amigo de Eduardo Paes há anos, mas agora, dando essa guinada para Lula, me coloca numa situação mais difícil. Se Ramagem estiver no segundo turno, apoiarei ele — disse Malafaia em matéria publicada nesta terça-feira.

Em post divulgado em seu perfil no X (antigo Twitter), Otoni afirmou que a decisão de Malafaia deve ser respeitada. “Seria Malafaia o mais novo traidor da direita? Claro que não. É inegável a boa relação que Eduardo Paes sempre teve com a comunidade evangélica”, escreveu o deputado federal.

A citação ao seu nome irritou Malafaia que, por sua vez, foi às redes para dizer que sua posição é “terrivelmente diferente” da de Otoni, que integra a campanha do prefeito.

“Sou amigo do prefeito há muitos anos e não significa que apoio tudo que ele faz. Fora isso, nas últimas eleições para prefeito no Rio, eu me mantive neutro no 1º turno. Otoni que se diz bolsonarista, tem cargo no governo Lula. POR FAVOR! Não me cite para se justificar”, disse o pastor.

Ao GLOBO, o pastor ainda disse:

— Ele (Otoni) quer se justificar perante a comunidade evangélica — resumiu.

Nesta quarta-feira, Otoni de Paula voltou a se manifestar sobre o assunto. Na nova postagem, o deputado federal diz ter respeito pelo pastor e que não tinha intenção de ofendê-lo.

“Minha intenção era combater os possíveis ataques que o Sr poderia sofrer diante da sua posição em não apoiar Ramagem no primeiro turno, devido a sua boa convivência com o prefeito Eduardo Paes, o que é legítimo”, afirmou o parlamentar.

Por fim, acusou Silas Malafaia de ter feito declarações negativas sobre o ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) e hoje estar ao seu lado. “Nossos adversários ou desafetos de ontem podem ser nossos aliados e amigos de amanhã. Aqueles que criticamos ontem podemos estar defendendo amanhã”, escreveu o pastor.

Com informações do GLOBO.