Jair Bolsonaro (PL) afirmou nesta quarta-feira (6) que planeja solicitar ao ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal (STF), autorização para comparecer à posse do presidente eleito dos Estados Unidos, Donald Trump, em 20 de janeiro. Bolsonaro teve pedidos anteriores para viajar ao exterior negados por Moraes, incluindo um para visitar Trump em Mar-a-Lago, na Flórida, durante a apuração dos resultados eleitorais nesta semana.
Em entrevista à Folha, Bolsonaro disse que, se receber um convite oficial de Trump, irá peticionar ao STF e ao Tribunal Superior Eleitoral (TSE) para obter autorização para viajar. Ele argumentou que um convite do “homem mais forte do mundo” poderia tornar o pedido difícil de ser recusado pelas autoridades. “Quem vai convidar do Brasil? Talvez, só eu” disse Bolsonaro, expressando sua crença de que apenas ele seria escolhido para representar o Brasil na posse.
Atualmente, Bolsonaro está proibido de deixar o país e teve seu passaporte retido devido às investigações sobre supostas tentativas de interferir no processo eleitoral e possíveis ações golpistas em 2022. Apesar da restrição, seu filho, o deputado federal Eduardo Bolsonaro, esteve em Mar-a-Lago durante a apuração dos votos americanos, o que evidencia o apoio próximo da família Bolsonaro à vitória de Trump.
A eventual participação de Bolsonaro na posse de Trump, caso aprovada, pode se tornar um ponto sensível nas relações institucionais brasileiras, especialmente em um momento em que o ex-presidente está sob vigilância das autoridades jurídicas e enfrenta investigações significativas no país.
– Vou peticionar ao Alexandre. Ele decide. O Eduardo [Bolsonaro] tem amizade enorme com ele [Trump]. Tanto é que de 85 convidados ele foi e botou mais dois para dentro, o Gilson [Machado, ex-ministro de Bolsonaro] e o filho do Gilson. Ele me tem como uma pessoa que ele gosta, é como você se apaixonar por alguém de graça, né? Essa paixão veio da forma como eu tratava ele, sabendo o meu lugar”, disse Bolsonaro.
O ex-presidente disse que sempre soube a diferença entre ele e Trump, dizendo que seria uma relação proporcional à do Brasil (Trump) com o Paraguai (Bolsonaro).
O ex-presidente está inelegível e não poderá figurar nas urnas eletrônicas pelo menos até 2030. Ele foi condenado por abuso de poder político e econômico e uso indevido dos meios de comunicação sob acusação de difundir mentiras sobre o processo eleitoral em reunião com embaixadores e utilizar eleitoralmente o evento de comemoração do Bicentenário da Independência.
Ao comentar as investigações que ainda pesam em torno de seu nome, como a das tratativas golpistas de 2022, ele subiu o tom em relação a Moraes.
“Há dois anos querendo me incriminar como golpista, vai a merda, porra. O cara tá há dois anos com a mulher, tô desconfiando que tá me traindo e tô há dois anos dormindo com ela. E tô investigando, me traiu, não me traiu… resolve essa parada logo, tenha altivez. Manda soltar esses coitados que estão presos aí a 17 anos de cadeia”, afirmou, se referindo a condenados pelos ataques golpistas de 8 de janeiro.
Com informações da Folha de S. Paulo.
Fonte: https://agendadopoder.com.br/bolsonaro-avisa-que-vai-solicitar-a-moraes-permissao-para-comparecer-a-posse-de-trump-se-for-convidado/
