
O ex-presidente Jair Bolsonaro deixou a Unidade de Terapia Intensiva (UTI) no início da madrugada desta segunda-feira (14) e foi transferido para um quarto no hospital DF Star, em Brasília, após se submeter a uma cirurgia de 12 horas para desobstruir o intestino. A informação foi confirmada pela ex-primeira-dama Michelle Bolsonaro nas redes sociais.
“Meu amor já está no quarto… Nossos anjos aqui na Terra (os médicos). Por 12 horas, Deus usou as mãos dessa equipe maravilhosa para cuidar do meu amor. Minha eterna gratidão à essa equipe médica extraordinária, que, com precisão, competência e humanidade, conduziu as 12 horas de cirurgia do nosso capitão. O cuidado de vocês fez toda a diferença”, escreveu Michelle.
Segundo o boletim médico divulgado no domingo, Bolsonaro “está estável clinicamente, sem dor, recebendo medidas de suporte clínico, nutricional e prevenção de infecções”. A cirurgia, descrita como uma “laparotomia exploradora”, foi realizada para examinar e tratar as aderências no intestino delgado, que causavam a retenção do trânsito intestinal. Também foi realizada a reconstrução da parede abdominal.
A equipe médica informou que o procedimento ocorreu sem intercorrências e sem necessidade de transfusão sanguínea. A obstrução era resultado de uma dobra no intestino delgado, que foi corrigida durante a operação.
Bolsonaro começou a passar mal na sexta-feira (12), enquanto participava de um evento político no Rio Grande do Norte. Atendido inicialmente em Santa Cruz, foi transferido para Natal e, em seguida, para Brasília. Segundo boletim anterior, o ex-presidente apresentava quadro de distensão abdominal.
O médico Claudio Birolini, responsável pelo procedimento e especialista em parede abdominal, explicou a gravidade do quadro: “Da forma como ele chegou, bastante desidratado, com muita dor e distensão abdominal exuberante, dá para dizer com alguma segurança que esse foi o quadro mais exuberante em relação aos quadros anteriores que ele apresentou. Embora eu não tenha acompanhado presencialmente as outras ocasiões”.
A decisão de operar em Brasília, e não em São Paulo com o médico Antonio Luiz Macedo, que acompanha Bolsonaro desde a facada em 2018, foi tomada por Michelle. A ex-primeira-dama se opôs à transferência e optou por manter o ex-presidente sob os cuidados da equipe liderada por Birolini.
A senadora Damares Alves (Republicanos-DF), que acompanhou o caso, lembrou a complexidade do quadro de Bolsonaro. “Toda cirurgia no intestino é delicada, e não estamos falando de um menino, é uma pessoa que já tem uma idade e que já passou por essa cirurgia. São sequelas, a família sempre soube que ele nunca teria uma vida normal depois que tentaram matá-lo.”
Essa não é a primeira vez que Bolsonaro enfrenta problemas relacionados à obstrução intestinal. O ex-presidente já foi hospitalizado por motivos semelhantes em 2021, 2023 e também em maio do ano passado, quando precisou ser operado. Todos os episódios estão ligados às complicações da facada sofrida durante a campanha presidencial de 2018.
Com informações de O GLOBO.
Fonte: https://agendadopoder.com.br/bolsonaro-deixa-uti-apos-cirurgia-de-12-horas-e-vai-para-o-quarto/