
A defesa do ex-presidente Jair Bolsonaro apresentou ao Supremo Tribunal Federal (STF) suas alegações finais no processo em que ele é acusado de participar de uma trama para promover um golpe de Estado e impedir a posse do presidente Luiz Inácio Lula da Silva. No documento de quase 200 páginas, Bolsonaro afirma que nunca praticou atos com esse objetivo e que sempre defendeu a democracia e o Estado de Direito.
A Procuradoria-Geral da República (PGR) sustenta que o ex-presidente exerceu papel de liderança na organização criminosa que articulou o golpe e seria o principal beneficiário caso o plano tivesse êxito. A defesa, porém, argumenta que as acusações se baseiam em “ilações” e “interpretações distorcidas” de atos e falas descontextualizadas. Segundo os advogados, não há provas que indiquem participação ou ciência de Bolsonaro sobre os supostos planos.
Negativa de liderança e ausência de provas
Os advogados rejeitam a tese de que Bolsonaro tenha liderado os atos de 8 de janeiro de 2023, quando as sedes dos Três Poderes foram invadidas em Brasília. O texto afirma que nem mesmo a Polícia Federal teria identificado essa liderança e que “nenhum dos réus afirmou a existência da liderança do ora Peticionário”. A defesa também nega qualquer relação com o chamado plano “Punhal Verde e Amarelo”, com os “Kids Pretos” ou com a minuta de decreto para intervir no TSE, sustentando que tais documentos não constam nos autos.
Críticas à imprensa e ao processo
Bolsonaro alega ser alvo de um “massacre midiático” e afirma que parte da imprensa já o considera culpado, com especulações sobre datas e locais de sua prisão. A defesa também questiona a validade de provas obtidas por meio da delação de Mauro Cid, afirmando que houve cerceamento de defesa e que elementos favoráveis ao réu foram ignorados.
O julgamento no STF está previsto para as próximas semanas. Bolsonaro cumpre prisão domiciliar por decisão do ministro Alexandre de Moraes, que apontou tentativa de obstrução do processo sobre o golpe de Estado. A defesa pede absolvição por ausência de provas e insiste que não há crime nos fatos descritos pela acusação.
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Fonte: https://agendadopoder.com.br/bolsonaro-no-stf-ex-presidente-nega-golpe-e-pede-absolvicao-por-falta-de-provas/